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Xuxa ataca Bolsonaro: “Vontade de pegar e dar um soco”

Apresentadora criticou expressão usada pelo ex-presidente e sugeriu ter o desejo de agredi-lo

A cantora e apresentadora Xuxa Meneghel expressou, entredentes, ter vontade de desferir um “soco” no ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), durante entrevista a Patrícia Abravanel, no Programa Silvio Santos deste domingo (23).

Na ocasião, Xuxa criticava o uso do termo “pintar um clima” por parte do então chefe do Executivo ao comentar sobre meninas venezuelanas. O líder conservador já explicou em outras ocasiões que utiliza o termo de maneira corriqueira, sem qualquer conotação indevida.

– Tem algumas coisas que não me descem. Não me cai bem. Todo mundo sabe que eu não gosto de falar de política, não sou de nenhum partido, nenhum lado. Mas quando eu vejo alguém falando, tipo, olha para uma criança de 13 anos e diz “pintou um clima”, “não sei o quê”, aiiiii! Dá vontade de pegar e dar um soco – disparou a artista, sem citar diretamente o nome de Bolsonaro.

Homenageada no Especial Sala do Artista, Xuxa entrou no assunto da política ao falar que não tem a pretensão de “embarcar nessa onda de cantores e apresentadores querendo ser presidente”.

– Eu ia querer continuar fazendo a política da criança sem precisar entrar em política, que é uma coisa que eu faço e gosto de fazer. Mas ia continuar brigando, brigar mais, pelos direitos da criança, sabe?

A fala a que Xuxa se referiu ao mencionar Bolsonaro ocorreu em outubro de 2022, quando ele narrava ter conhecido meninas venezuelanas de 14 e 15 anos em São Sebastião, no Distrito Federal.

– Eu parei a moto em uma esquina, tirei o capacete e olhei umas menininhas, três, quatro, bonitas, de 14, 15 anos, arrumadinhas em um sábado, numa comunidade. E vi que eram meio parecidas. Pintou um clima, voltei. “Posso entrar na sua casa?”. Entrei. Tinham umas 15, 20 meninas, sábado de manhã, se arrumando. Todas venezuelanas. E eu pergunto: meninas bonitinhas de 14, 15 anos se arrumando no sábado para quê? Ganhar a vida – comentou o então chefe do Executivo.

Após a fala repercutir, Bolsonaro explicou que utiliza o termo “pintar o clima” diariamente para qualquer tipo de situação, e que entrou na casa das moças rodeado por jornalistas e seguranças.

Em novembro do último ano, a 1ª Vara da Infância e da Juventude do Distrito Federal negou o pedido do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) para que o ex-presidente pagasse uma indenização de R$ 30 milhões, após o MPDFT o acusar de supostas violações aos direitos de crianças e adolescentes.

O juiz Evandro Neiva de Amorim considerou que não houve elementos suficientes para caracterizar incitação à discriminação ou conotação sexual, e que a ação carecia de provas suficientes para uma condenação.

– As declarações, por si só, não configuram violação de direitos fundamentais ou danos morais coletivos. Além disso, não foram apresentados elementos suficientes que demonstrem que essas falas causaram um impacto generalizado na sociedade ou comprometeram a dignidade das mencionadas adolescentes migrantes – pontuou Amorim.