A imagem do senhor sentado perto de um túmulo, de cabeça baixa, com flores nas mãos, chamou a atenção nas redes sociais.
A cena do senhor sobre o túmulo de sua amada foi flagrada por um homem que passava no local, que conversou com o idoso e quis saber mais sobre sua história de amor.
Muitos dizem que uma das poucas certezas na vida é a de que todo amor chega ao fim, seja pelo término do relacionamento, em que cada parte do casal decide seguir o próprio caminho — separadas — ou quando a história de amor é interrompida pelo beijo da morte, nossa finitude, outra máxima pela qual todos passaremos.
De fato, quando parte do casal se vai, não há como o relacionamento continuar, mas isso não significa que o amor acabe. Longe disso. Uma provocação de uma frase da série “Wandavision”, no Disney+, ilustra bem isso. Um dos personagens diz ao outro que o luto quando perdemos quem amamos nada mais é do que o amor que perdura.
Mesmo que o nosso amor se vá, o que sentimos por essa pessoa fica conosco pelo tempo necessário. Se existem casais que se separam e continuam se amando, estando ambos vivos, mas em caminhos diferentes, o que dizer daqueles que perderam para morte sua cara-metade.
A imagem de um idoso sentado perto de um túmulo, de cabeça baixa, com flores nas mãos, chamou a atenção nas redes sociais. O que em breve a internet descobriria é que aquela figura triste carregava no peito o maior amor do mundo, mesmo anos depois de perder sua amada.
Ryan Icaro, um criador de conteúdo digital, passando por um cemitério de Palmeira dos Índios, no interior de Alagoas, deparou-se com a cena: um senhor de frente para um túmulo, com duas rosas e o semblante tomado pela tristeza.
O jovem filmou a cena tocante e a postou em suas redes sociais. Na legenda, escreveu que aquilo era a prova de que a pessoa certa, o amor de sua vida, existe de fato.
Ryan resolveu se aproximar e tentar conversar com o idoso a fim de conhecer sua história, o porquê e quem ele estava visitando lá. Ambos bateram um papo produtivo, o homem compartilhou um pouco da sua história, dizendo que há cinco anos ele vai ao cemitério todos os sábados e em datas comemorativas para estar com quem amava, mesmo que a morte os tivesse afastado. Pelo quinto ano, o idoso, que Ryan preferiu não identificar, passava o Natal com a esposa, no cemitério.
Além de sua amada, Ryan descobriu que o vovô tinha uma filha enterrada naquele cemitério, motivo pelo qual trazia sempre duas flores consigo. O viúvo disse ao jovem que chegou a passar horas nos túmulos, tempo dividido entre orações e silêncio, a dor da perda e a saudade da felicidade vivida.
Entrar em contato com a história daquele senhor fez Ryan refletir sobre a efemeridade da vida; o rapaz até diz em uma postagem que somos todos “instantes”, apenas de passagem neste mundo.
A história o fez pensar em datas comemorativas, como o Natal, que mesmo com todos reunidos, a família pode preferir passar mais tempo ao celular a desfrutar da companhia de quem ama.
Ryan compartilhou com seus seguidores tudo o que o caso daquele senhor o fez pensar. Segundo o rapaz, muitas vezes, temos uma família, um amor, amigos leais, e não expressamos para eles quão importantes são para nós, o que faz o sofrimento de vê-los partir ser ainda maior: o clássico caso de valorizar algo apenas quando se perde.
O que Ryan e todos nós aprendemos com esse senhor anônimo é que precisamos amar hoje, viver com quem queremos bem hoje, pois no futuro esse amor permanecerá conosco, mas pode ser que o outro não esteja mais ali para nos retribuir. E, para amenizar a dor da saudade, apenas as boas lembranças do passado e a certeza de um tempo bem vivido.