A gravidade do surto e sua natureza incomum geraram suspeitas entre as autoridades húngaras

A gravidade do surto e sua natureza incomum geraram suspeitas entre as autoridades húngaras
Um novo surto de febre aftosa identificado na Hungria, o primeiro em mais de meio século, provocou medidas drásticas em países vizinhos e levantou suspeitas sobre uma possível origem não natural do vírus, ou seja, uma espécie de “ataque biológico”.
A doença, altamente contagiosa entre animais, foi detectada em uma fazenda de gado na região noroeste da Hungria, próxima às fronteiras com Áustria e Eslováquia. Como resposta imediata, ambos os países fecharam dezenas de passagens fronteiriças e instalaram barreiras sanitárias emergenciais. Caminhões e veículos estão sendo desinfetados, enquanto agentes vestidos com equipamentos de proteção realizam inspeções rigorosas.
Milhares de cabeças de gado já foram abatidas como forma de conter o avanço da doença, que não representa risco direto para seres humanos, mas se espalha rapidamente entre bovinos, ovinos e caprinos, causando febre e lesões dolorosas.
Autoridades investigam possibilidade de “ataque biológico”
A gravidade do surto e sua natureza incomum geraram suspeitas entre as autoridades húngaras.
“Neste momento, podemos dizer que não se pode descartar que o vírus não tenha sido de origem natural; podemos estar lidando com um vírus criado artificialmente”, afirmou Gergely Gulyas, chefe de gabinete do primeiro-ministro Viktor Orban.
A hipótese, segundo ele, baseia-se em dados verbais de um laboratório estrangeiro, ainda não confirmados oficialmente.
OMS confirma fechamento de fronteiras
A Organização Mundial da Saúde Animal confirmou o fechamento das fronteiras e o avanço das investigações. De acordo com o Mirror, já testaram positivo para febre aftosa animais em ao menos quatro propriedades rurais, após inspeções em quase mil fazendas no território húngaro.
O impacto econômico também é devastador. À mídia local, um agricultor relatou perdas de cerca de 1,5 bilhão de forints (aproximadamente US$ 4 milhões ou mais de R$ 23 milhões) após a morte de cerca de 3.000 animais.
Enquanto as causas reais ainda estão sendo investigadas, o clima é de tensão e incerteza nas regiões afetadas.