Luciana conversa abertamente sobre o tema em suas redes sociais para mostrar às mulheres que ser solteira não é ruim

Luciana conversa abertamente sobre o tema em suas redes sociais para mostrar às mulheres que ser solteira não é ruim
Luciana é influenciadora digital e conta com detalhes por que não sente falta de um companheiro. Ela defende que uma mulher não precisa se relacionar para ser feliz.
Vivemos em um padrão de sociedade que considera o casamento ou relacionamentos sérios meta de vida para as mulheres. Enquanto um homem solteiro é visto como focado na carreira e determinado, uma mulher solteira é vista como encalhada.
Se formos conversar com a maioria das mulheres acima dos 30 anos que não estão casadas ou namorando, elas sofrem pressão da sociedade para que se casem logo, e isso leva a uma pressão interna também. Muitas acabam se sentindo inferiores por não estar num relacionamento.
Luciana Mallon tem 47 anos, é virgem e diz o quanto isso não é um problema. Em entrevista ao Universa, ela contou que relacionamento íntimo é na verdade “um tijolo que a sociedade coloca nas telhas das cabeças das pessoas como obrigações”.
Ela disse que descobriu que é assexual e isso significa que não sente atração por outras pessoas. Lida com isso muito bem, dizendo que tem aversão a relacionamentos. Contou que durante a vida teve apenas dois amores, um na adolescência e outro na vida adulta, mas ficou apenas nos sonhos.
Em 1986, apaixonou-se pelo irmão de uma amiga, aos 12 anos. Diz que ele nunca soube desse sentimento. Em 1988, sua família e ela se mudaram para uma cidade do interior do Paraná, com apenas 5 mil habitantes. Afirma que foi bem difícil se adaptar, pois as pessoas eram muito fechadas e preconceituosas.
Lembra que suas colegas de classe a excluíam dos grupos e diziam que ela nunca se casaria. Isso a deixava muito triste. Pesando 80 quilos, não era considerada uma mulher “dentro dos padrões de beleza”. Não conseguia arranjar namorados e isso aumentava a curiosidade e desconfiança das pessoas em relação à sua sexualidade.
Seu amor de adolescência ainda estava em seu coração. Passou a escrever cartas para ele, mas nunca foram respondidas. Descobriu que em Curitiba (PR) havia um programa que lia cartas de amor. Passou a escrever poemas dedicados à sua paixão de adolescente.
Em 2002, já adulta, foi convidada para frequentar um grupo de poetas da vida real. Na primeira vez, viu um rapaz muito bonito, que parecia um roqueiro dos anos 1990. E assim começou a sua segunda paixão.
Luciana pensava que um homem daquele não quereria nada com ela. Em um dia, nos encontros literários, eles começaram a conversar sobre cursos gratuitos e ela passou o endereço de um, que frequentava. Na semana seguinte, o rapaz passou a ir também.
A mulher conta que ele passou a tratá-la como namorada e pensou que, de fato, estavam namorando, mas no fim, ele deu algumas indiretas, dizendo que tudo aquilo era uma brincadeira. Como viu que não estava sendo correspondida de verdade, deixou a paixão para lá.
Segundo ela, o rapaz nunca soube que ela tinha se interessado por ele. Depois de uns anos, foi embora para sua cidade natal. Um amigo seu, por quem não era apaixonada, insistiu em que poderiam namorar, mas a relação durou pouco, porque ela não tinha interesse nele, pois pensava apenas na sua segunda paixão. Diante disso, resolveu que não namoraria mais ninguém.
E vive da melhor forma que encontrou. Ser solteira e fazer o bem, para Luciana, são sua missão de vida. Disse que seria impossível se dedicar às suas atividades como dança, textos e conteúdos digitais, se estivesse com alguém e fosse correspondida. Ela promove lives e vídeos nas redes sociais sobre seu estilo de vida.