Projeções indicam que tendência de alta dos dois itens, registrada em 2024, deve continuar
Projeções indicam que tendência de alta dos dois itens, registrada em 2024, deve continuar
Como se não bastasse o aumento vertiginoso no preço da carne, inviabilizando a aquisição da tão sonhada picanha prometida pelo presidente Lula (PT), o bom e velho cafezinho também deve ser um vilão do bolso do brasileiro em 2025. É o que apontam as projeções de economistas brasileiros, que acreditam em fortes altas tanto da carne quanto do café neste ano.
Ao jornal O Globo, o economista Luis Otavio Leal, sócio da G5 Partners, disse acreditar que os dois itens serão os grandes “vilões” de 2025, com altas de 7,5% no preço da carne e de 20% no do café neste ano. Já Alexandre Maluf, da XP, crê em números ainda piores, com um aumento de até 20% no preço da carne, e, no caso do café, um percentual superior a esse.
No Brasil, o preço da saca de café arábica de 60 quilos chegou a R$ 2.387,85, uma alta de 132% em apenas um ano, considerando preços de janeiro deste ano ante o mesmo mês do ano passado. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o aumento do valor do café em 2024, no geral, foi de 39,6%, enquanto a carne ficou 20,84% mais cara.
Para Heron do Carmo, professor da Faculdade de Economia e Administração (FEA) da USP, o principal impeditivo de melhora das projeções de preços é a política fiscal. O especialista ressalta que, se governo conseguir retomar a confiança dos agentes econômicos a partir da apresentação de resultado primário melhor que o esperado, isso trará estabilidade à inflação.
– Essa deve ser a preocupação. Mexer em preços pode ainda perturbar o mercado, e se preocupar [com alimentos] dessa forma me parece uma preocupação prematura e exagerada com eleição. Não é boa motivação — ressalta o professor.
Em nota, o Ministério do Desenvolvimento Agrário alegou que o aumento de preços de commodities – como café, açúcar, laranja e carne – no mercado internacional e eventos climáticos que afetaram a safra passada foram os fatores que impulsionaram a alta de preços no mercado interno.