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Verme de 46.000 anos que estava em solo congelado é revivido e pode dar pistas para os humanos

A descoberta pode ajudar a criar terapias que retardam o processo de envelhecimento

Um pequeno grupo de vermes foi despertado depois de estar congelado por cerca de 46.000 anos. Acredita-se que a espécie tenha vivido no final do Pleistoceno e estava nos solos congelados “permafrost” da Sibéria. A descoberta foi publicada ontem em revistas científicas como Live Science e Scientifica American. De acordo com um relatório da ONU, se espera que uma parte significativa dos solos “permafrost” venha à superfície até 2100 por causa do aquecimento global, e várias espécies esquecidas devem ser liberadas.

Os vermes, de uma espécie de lombriga chamada Panagrolaimus kolymaensis, não estavam mortos, mas em um estado dormente chamado criptobiose. Existem animais capazes de se inativar diante de situações extremas: é um estado de latência durante o qual não realizam nenhum tipo de atividade metabólica. Isso permite que sobrevivam a condições ambientais extraordinárias.

Anteriormente, os cientistas só tinham evidências de que as lombrigas poderiam permanecer nesse estado por menos de 40 anos. Mas a datação por radiocarbono de plantas dentro da toca gelada onde os vermes foram encontrados sugere que eles têm cerca de 46.000 anos de idade.

O professor Teymuras Kurzchalia, autor sênior do estudo sobre a descoberta e professor emérito do Instituto Max Planck de Biologia Molecular e Genética, disse que os seres permaneceram em estado de animação suspensa por muito mais tempo do que qualquer um pensava ser possível.

“O fato de poder ser reanimado depois de 46.000 anos me deixou absolutamente pasmo. É mais ou menos como o conto de fadas da Bela Adormecida. Estamos muito longe de usar essa ciência para trazer de volta humanos ou dinossauros congelados crionicamente, embora agora tenhamos uma melhor compreensão de como alcançar um estado entre a vida e a morte. Isso pode ajudar a armazenar células ou tecidos no futuro.”

A descoberta também pode ajudar no desenvolvimento de terapias combinadas que retardam o processo de envelhecimento em humanos.