Ministro seguiu o voto do relator, Gilmar Mendes, que decidiu por pena de cinco anos de prisão e cassação do mandato

O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou para condenar a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) no julgamento da ação penal que pode resultar na perda do mandato da parlamentar. Na prática, o magistrado adiantou o voto, já que o ministro Nunes Marques pediu vista e suspendeu a análise. Com a decisão de Toffoli, o STF já tem maioria pela condenação.
Além de Toffoli, votaram para condenar a deputada os ministros Gilmar Mendes – relator da ação -, Cármen Lúcia, Alexandre de Moraes, Flávio Dino e Cristiano Zanin. Em seu voto, Gilmar propôs a fixação de pena de cinco anos e três meses de prisão em regime semiaberto e à perda do mandato após o trânsito em julgado, tese que foi seguida entre os que decidiram pela condenação.
Os ministros que ainda faltam votar para condenar ou absolver Zambelli são, além de Nunes Marques, os magistrados Luís Roberto Barroso, Edson Fachin, Luiz Fux e André Mendonça. Zambelli responde pelos crimes de porte ilegal de arma de fogo e constrangimento ilegal.
O episódio que originou o processo ocorreu em 29 de outubro de 2022, véspera do segundo turno da última eleição presidencial. Na ocasião, Zambelli foi filmada com a pistola em punho, atravessando uma faixa de pedestres, enquanto corria atrás de um homem, identificado mais tarde como o jornalista Luan Araújo.
Segundo os relatos, a confusão, em que um tiro chegou a ser disparado, começou com um bate-boca, e Zambelli reagiu após ouvir que “amanhã é Lula” e “vocês vão voltar para o bueiro de onde não deveriam ter saído, seus filhos da p***”. O episódio fez com que a deputada tivesse seu porte de arma suspenso e três armas apreendidas, além da pistola usada no dia do fato.