Presidente da agência disse ter comunicado Moraes para que ele tome medidas que julgar cabíveis

Presidente da agência disse ter comunicado Moraes para que ele tome medidas que julgar cabíveis
Presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Carlos Baigorri relatou que a empresa de internet via satélite de Elon Musk, a Starlink, avisou que não cumprirá a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Frederal (STF), em relação a suspender a rede social X, que também pertence ao bilionário.
O magistrado ordenou a derrubada imediata da plataforma na noite da última sexta-feira (29), entretanto, os mais de 200 mil usuários no Brasil continuaram a ter acesso ao X normalmente.
– A gente recebeu a informação de que a Starlink não estaria bloqueando o acesso à plataforma X. Ao longo do dia entrei em contato com os advogados da Starlink perante a Anatel, e o que nos foi informado agora, ao longo da tarde, é que a Starlink não iria bloquear o acesso ao X enquanto não fossem liberados os recursos bloqueados pela Justiça associados a Starlink – afirmou Baigorri à TV Globo.
Baigorri também relatou já ter avisado o ministro sobre a decisão da Starlink para que ele “tome as medidas que entender cabíveis”. O presidente da Anatel ressaltou que essa informação de descumprimento foi repassada a ele informalmente até o momento.
– Vamos aguardar pra ver se eles formalizam isso nos autos [do processo]. Mas o que eu posso dizer é que a sanção máxima prevista pra uma empresa de telecomunicações é a cassação da outorga. Uma vez que tenha a cassação da outorga, por exemplo, no caso da Starlink, hipoteticamente, ela não poderá mais prestar o serviço de telecomunicações no Brasil – observou.
Musk entrou em um embate político com Moraes após recusar-se a cumprir ordens judiciais para bloquear perfis de investigados. O bilionário enxerga as medidas como atos de censura e perseguição política.
Como resultado da resistência do magnata e da saída do escritório do X no Brasil, o magistrado determinou a suspensão da plataforma em território nacional até que as ordens sejam cumpridas e as multas, que chegam a R$ 18,3 milhões, sejam pagas. A medida passará pelo crivo da Primeira Turma do STF nesta segunda-feira (2).