Diversos estudos comprovam o poder e a influência da alimentação para a saúde humana. Dependendo de como seja o cardápio e, portanto, os hábitos alimentares de alguém, há mais ou menos qualidade de vida, benefícios a médio e longo prazo, bem como uma melhor manutenção do organismo. Nesse contexto, um novo estudo revelou que mudanças simples na dieta podem diminuir as chances de desenvolvimento de câncer de intestino em homens.
Com a oferta de tantas opções em se tratando de alimentos industrializados, ultraprocessados, enriquecidos com conservantes e inúmeras substâncias nocivas, não é novidade que algumas doenças surgem em detrimento da falta de um plano alimentar mais equilibrado e o mais natural possível. Casos recorrentes de obesidade e diabetes tipo 2 são exemplos reais – entre tantos outros – do que uma má alimentação pode resultar.
Câncer de intestino em homens e sua relação com a alimentação
Frutas e verduras possuem diversas propriedades que atuam diretamente no organismo, melhorando as principais funções do corpo. Seus componentes, como vitaminas, minerais, antioxidantes, substâncias anti-inflamatórias e outros dão a esses grupos de alimentos o pódio das opções saudáveis e indispensáveis em qualquer dieta, uma vez que fornecem uma série de benefícios muito relevante.
Entre as vantagens de manter um cardápio rico em frutas, legumes e vegetais, as mais significativas estão diretamente ligadas ao menor risco de sofrer com doenças cardiovasculares e pressão alta.
Desse modo, uma pesquisa recente descobriu que a inclusão desses alimentos na dieta representa uma diminuição considerável no risco de homens desenvolver câncer colorretal.
Estudo
Publicado na BMC Medicine, um novo estudo feito com 79.952 homens nos Estados Unidos revelou que uma dieta rica em alimentos com alto valor nutricional; isto é, vegetais, frutas, grãos integrais, legumes, nozes e sementes está ligada a um risco 22% menor de desenvolver câncer colorretal. A comparação foi feita tendo em vista homens que não possuem uma alimentação baseada no consumo desses grupos.
No entanto, a pesquisa é apenas observacional, o que significa que os cientistas ainda não sabem por que alguns alimentos estão ligados a uma melhor saúde intestinal, apesar de que tenham algumas ideias e prerrogativas. Dessa forma, as descobertas sugerem que a redução geral do consumo de alimentos de origem animal, grãos refinados e açúcares pode gerar benefícios ao longo da vida, pois esses alimentos são frequentemente relacionados aos danos que a saúde sofre devido as propriedades presentes neles.
Jihye Kim, pesquisadora de nutrição e dietética da Kyung Hee University, na Coreia do Sul, explica que “Especulamos que os antioxidantes encontrados em alimentos como frutas, vegetais e grãos integrais podem contribuir para diminuir o risco de câncer colorretal, suprimindo a inflamação crônica, que pode levar ao câncer […] Como os homens tendem a ter um risco maior de câncer colorretal do que as mulheres, propomos que isso possa ajudar a explicar por que comer maiores quantidades de alimentos saudáveis à base de plantas foi associado à redução do risco de câncer colorretal em homens, mas não em mulheres”.
No estudo, não foram encontradas ligações entre dietas à base de plantas e câncer colorretal entre 93.475 mulheres nos Estados Unidos.
Variação de acordo com a raça e etnia
O câncer colorretal é o terceiro tipo de câncer mais comum em todo o mundo, mas nem todos correm o mesmo risco. Na pesquisa, os estudiosos viram que uma dieta baseada em vegetais está ligada às melhorias no risco desse câncer entre os homens nipo-americanos e os homens brancos, em oposição aos afro-americanos.
Além disso, entre os homens brancos, aqueles que comiam os alimentos vegetais mais saudáveis tinham 24% menos probabilidade de desenvolver câncer colorretal mais tarde na vida do que aqueles no outro extremo do espectro alimentar. Entre os homens nipo-americanos, o risco foi reduzido em 20%.
Segundo os autores do estudo, “Esse padrão de associação pode ser atribuído às diferenças nos fatores de risco do estilo de vida não alimentar entre os grupos raciais e étnicos […] Na [coorte multiétnica], os homens afro-americanos apresentaram taxas mais altas de obesidade e tabagismo e menos atividade física do que os nipo-americanos e os homens brancos”.
Embora a descoberta seja fundamental no campo da medicina, novos estudos serão feitos para mapear melhor e mais profundamente como os fatores genéticos e ambientais influenciam e atuam nas taxas de câncer colorretal e qual a contribuição da alimentação nesse contexto.