EconomiaNotícias

Shein supera marcas como Nike e Zara e lidera mercado global de moda

Varejista chinesa cresceu 0,24 ponto percentual em relação a 2023

“Imbatível em preço e velocidade”. Foi dessa forma que a empresa de pesquisa GlobalData descreveu a varejista chinesa Shein, que está ganhando cada vez mais espaço no mercado fashion global. Segundo relatório divulgado pela empresa de dados, a empresa chinesa foi a vencedora no mercado global de vestuário, superando marcas consagradas, como Nike, Gucci e Zara.

Para a GlobalData, um cenário de economia desafiadora tornou os consumidores mais seletivos sobre onde comprar roupas em 2024. Nesse sentido, grande parte dos clientes investiram em roupas da Shein, que é conhecida por oferecer variedade de looks a preços acessíveis.

O levantamento aponta que a marca chinesa avançou 0,24 ponto percentual em relação a 2023, saltando de 1,29% para 1,53% em crescimento.

A Gucci, por sua vez, sofreu um declínio de 0,10 ponto percentual, enquanto a Nike diminuiu 0,11 ponto percentual, apesar de continuar tendo alto nível de participação de mercado, saindo de 3% para 2,85%.

– A situação virou para a Nike após alguns anos fortes, com sua participação prevista para ter caído 0,15 ppts para 2,85%, tornando-a a maior perdedora no mercado geral de vestuário em 2024, pois ficou para trás em termos de inovação e credenciais de moda – observou Pippa Stephens, Analista Sênior de Vestuário da GlobalData.

A Adidas, por outro lado, teve um “ano triunfante em 2024”, segundo Stephens. A empresa registrou 0,17 ponto percentual de crescimento, em meio ao sucesso da linha Adidas Originals. Com isso, saltou de 1,62% para 1,79%. Já a Zara teve um crescimento tímido de 0,5 pontos, chegando a 1,24% de participação no mercado.

Para a analista de vestuário da GlobalData, Louise Deglise-Favre, a força da Shein nesse cenário consiste, parcialmente, em sua capacidade de “lançar milhares de novos itens diariamente, garantindo que ele responda às tendências em tempo recorde”.

– A Shein também alavancou com sucesso o poder da mídia social, beneficiando-se tanto do marketing de influência quanto do conteúdo orgânico gerado pelo usuário, como “hauls”, ajudando-o a estar no topo da mente dos compradores da Geração Z. O crescimento da Shein também foi impulsionado pela expansão de seu mercado, que estoca marcas de terceiros como Romwe e Emery Rose, bem como Forever 21, que a Shein adquiriu parcialmente em agosto de 2023 – detalha Louise.

Apesar de sair como a vencedora no quesito crescimento, a empresa segue sendo alvo de críticas devido a questões trabalhistas e o impacto ambiental que pode causar ao seguir o modelo de negócios ultrarápido, conhecido como fast fashion.

Para Louise Deglise-Favre, o crescimento da Shein “deve desacelerar nos próximos anos” à medida que ela se torna mais estabelecida e enfrenta a concorrência de outros rivais chineses de fast fashion em ascenção, como Temu, Cider e Rihoas.

No Brasil, a “taxa das blusinhas”, ou seja, o estabelecimento do imposto de importação e do ICMS sobre os produtos estrangeiros, reduziu as vendas online, contudo, demonstrou ser insuficiente para frear a ascenção das empresas estrangeiras frente ao mercado nacional.