Seca histórica e queimadas: Pantanal pode desaparecer até o final deste século
O alerta foi feito por Marina Silva, ministra do Meio Ambiente
A ministra do Meio Ambiente , Marina Silva , afirmou que o Pantanal corre o risco de desaparecer até o final do século , destacando a gravidade da crise ambiental que afeta o Brasil . Em audiência no Senado , Marina explicou que a baixa precipitação e os incêndios têm devastado a região, colocando em perigo a maior planície alagada do planeta. “Se não tivéssemos nos preparado desde janeiro de 2023 para tomarmos as medidas que estão em curso, nós teríamos uma situação completamente incontrolável”, destacou.
O alerta vem em um momento crítico para o país, que enfrenta uma seca severa, deixando 12,5 milhões de brasileiros sem chuva há mais de 100 dias. Além disso, 24 estados e o Distrito Federal estão sendo castigados por incêndios, e o número de focos de queimadas já ultrapassou os 9 mil nas últimas 24 horas, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Em Brasília, a situação é especialmente grave. As chamas já consumiram 40% da Floresta Nacional , comprometendo duas das cinco nascentes que abastecem boa parte da capital. O incêndio, que já dura mais de 30 horas, atinge áreas próximas às casas, e 150 profissionais estão na linha de frente do combate.
A Polícia Federal está investigando as causas dos incêndios, e já foram abertos 33 inquéritos em todo o país. Apesar dos esforços, Marina Silva reforçou o alerta sobre o Pantanal, explicando que o processo de perda da vegetação é irreversível se o atual cenário se mantiver. “O diagnóstico é de que poderemos perder o Pantanal até o final do século”, alertou a ministra, mencionando fatores como desmatamento e queimadas, que afetam não só a vegetação, mas também a bacia hidrográfica da região.
Além do Pantanal, a destruição causada pelas queimadas afeta grande parte do território nacional, incluindo áreas urbanas e reservas ambientais. A gravidade da situação levou o governo a reforçar ações de combate ao fogo, mas as condições climáticas desfavoráveis tornam o controle mais difícil. “O esforço que está sendo feito nesse momento é o esforço de tentar ‘empatar o jogo’, com essas condições totalmente desfavoráveis”, concluiu Marina Silva.