Regina Duarte fala sobre volta às novelas e revela sobre bíblicas da Record TV: “Gostaria muito”
A atriz disse que gosta das produções evangélicas
Longe dos folhetins da Globo desde Tempo de Amar (2017), Regina Duarte gostaria de voltar a atuar em produções televisivas. Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, a atriz e ex-secretária da Cultura falou sobre sua vontade de fazer novelas evangélicas na TV Record e também sobre sua relação com a classe artística após a adesão ao governo Bolsonaro.
“Não é impossível [voltar às novelas], mas é difícil, porque, depois de tanta coisa que eu já fiz, é meio improvável que alguém consiga me propor alguma coisa nova, que eu não tenha feito ainda. Se isso acontecer e for alguma coisa que para mim significa um recado importante para o meu público, para a sociedade brasileira, claro que eu vou aceitar. Eu gostaria muito de fazer uma novela evangélica na Record, eu gosto daquelas histórias, sou fascinada por aquilo, e eu sinto que não sou só eu. Muita gente gosta”, confessou a atriz.
Regina Duarte também avaliou se acredita que as portas da Globo estão fechadas para ela. “A TV Globo repercute uma parcela da sociedade que é “gritalhona”, que se expõe, que está sempre nas redes sociais, nas danças, na música. É uma nova geração que está aí, e a TV Globo replica. E tem lá o seu público. Muita gente da minha época, da minha geração, reclama e não assiste mais. É o preço que se paga por não conseguir agradar a todos, como a Globo já agradou antigamente, era 100% de audiência”.
A atriz está fora da Globo desde fevereiro de 2020, quando rompeu o contrato de mais de 50 anos para assumir o comando da Secretaria Especial de Cultura do governo Bolsonaro. Em maio do mesmo ano, ela se afastou da função e disse que passaria a cuidar da Cinemateca Brasileira. No entanto, a nomeação não saiu do papel e ela foi exonerada 20 dias depois.
Após a adesão ao governo Bolsonaro, ela acredita que sua relação com o meio artístico ficou abalada. “Por problemas ideológicos da classe que não sabe separar arte e cultura de política. Simples assim. Não combina nada com a nossa vocação pelas artes. A arte não tem partido, não tem religião, nada que impeça de ver o outro na sua inteireza. Cada um faz suas escolhas. Todo mundo tem esse direito. Isso que a classe artística, uma minoria, carrega uma bandeira ideológica à frente da sua proposta social e cultural“, defendeu.