Parlamentar aponta “dois pesos” em casos de pichações

Parlamentar aponta “dois pesos” em casos de pichações
O vereador Rafael Satiê (PL-RJ) usou as redes sociais na última quarta-feira (26) para comparar dois episódios separados por mais de 50 anos e contestar o que chama de tratamento desigual por parte da Justiça brasileira. Em vídeo gravado em frente ao Teatro Municipal, Satiê relembrou a pichação no local em 1968, durante o regime militar, e contrapôs o caso à condenação de Débora, cabeleireira presa por depredação ao patrimônio público no dia 8 de janeiro de 2023.
– Esses manifestantes, estudantes e intelectuais picharam a fachada do Teatro Municipal com a frase “abaixo a ditadura”. A imprensa aplaudiu, o Judiciário ficou em silêncio e ninguém foi punido – afirmou o vereador, mostrando uma imagem da pichação feita durante o ato histórico.
– Já a Débora, mãe de dois filhos, escreveu “Perdeu, mané” – uma frase do próprio ministro Barroso – e pegou 14 anos de prisão. Isso é inadmissível – protestou.
Satiê, que participou da manifestação pró-anistia ao lado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), no último dia 16, em Copacabana, reforçou o argumento de que há perseguição seletiva contra apoiadores da direita.
– Quando a pichação vem da esquerda, é resistência. Quando vem da direita, é crime grave. Isso é vergonhoso para a democracia brasileira.
A condenação da cabeleireira Débora por sua participação nos atos de 8 de janeiro gerou reações entre apoiadores de Bolsonaro e também de entidades jurídicas. No vídeo, o parlamentar cita nota da OAB do Rio que classificou a pena como acima do normal e motivo de preocupação.
Satiê é um dos parlamentares do PL que tem se alinhado ao discurso de endurecimento da fiscalização sobre decisões do Judiciário e atua na defesa de propostas de revisão das penas dos réus de 8 de janeiro.