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Quem criou o tapa-sexo, acessório essencial no carnaval?

Pouco tecido, muito impacto: o tapa-sexo se tornou um acessório essencial no carnaval brasileiro, marcando presença nos desfiles das escolas de samba e nos trios elétricos com ousadia e brilho. Mas você sabe como e por que esse item icônico surgiu e evoluiu até se tornar um símbolo do carnaval?

O tapa-sexo é uma das peças de vestuário mais antigas de que se tem registro. Segundo o livro “Linha do Tempo – Uma viagem pela História”, da jornalista Cláudia de Castro, ele já era usado pelos povos pré-históricos por volta de 7 mil a.C., com a função de proteger os órgãos genitais sob as vestimentas de ferro. Com o tempo, o acessório passou a ter um caráter estético, sendo incorporado de diferentes formas ao vestuário masculino, incluindo enchimentos para realce.

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Séculos depois, o tapa-sexo deixou de ser apenas um item funcional e começou a ganhar novos significados. Em espetáculos burlescos e apresentações artísticas, surgiram variações, agora com o objetivo de equilibrar sensualidade e censura. Esse conceito logo ultrapassou os palcos e se tornou peça-chave nas fantasias do carnaval brasileiro.

A popularização do tapa-sexo no Brasil

A ascensão do tapa-sexo pode ser explicada de duas formas: pela influência da moda dos biquínis asa-delta e microcalcinhas, que começaram a dominar as praias do Rio de Janeiro, e pelo impacto do desfile da escola de samba União da Ilha, em 1989, quando a modelo Enoli Lara chamou atenção ao cruzar a avenida completamente nua, usando apenas pintura corporal.

A resposta da Liesa (Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro) veio em 1990: a proibição da “genitália desnuda”. E assim começou a saga do tapa-sexo, que passou a ser amplamente adotado nas fantasias de carnaval para contornar essa nova regra.

Quanto menor, melhor?

Existem três tipos principais de tapa-sexo:

  • Gancho – feito geralmente de metal, é encaixado no corpo e fica preso sob pressão.
  • Adesivo – muito usado em desfiles com pintura corporal, fixado com fita dupla face ou silicone.
  • Calcinha ilusionista – feita com um tecido transparente que dá a impressão de nudez, mas sem realmente deixar o corpo exposto.

Enquanto algumas musas rejeitam o acessório, outras o abraçam como um símbolo máximo do carnaval. Para Ana Akiva, ex-pastora que desfilará pela Colorado do Brás, a experiência com o tapa-sexo foi frustrante. “Machucava, parecia que ia cair a qualquer momento, nem consegui sambar direito. Além do mais, tapa-sexo está fora de moda, é muito anos 80”.

Já Rosana Ferreira, do Acadêmicos do Tucuruvi, está tão empenhada que promete se tornar musa do tapa-sexo neste ano. “É uma honra poder homenagear uma peça tão icônica da nossa cultura carnavalesca. O tapa-sexo representa ousadia, sensualidade e celebração do corpo feminino”.

E ela não está sozinha. Eduarda Jochims, destaque da Unidos da Vila Isabel, disse que vai usar o menor tapa-sexo da Sapucaí. “É uma verdadeira joia, no sentido literal da palavra. Pequeno, luxuoso e rico em detalhes minimalistas. Quando o estilista me entregou a peça, mal acreditei. Eu mesma guardo em um porta-joias para proteger cada detalhe”, revelou.