Professora reprova aluna que fez trabalho em linguagem neutra!
A professora contou o episódio nas redes sociais e foi criticada por várias pessoas!
Nos últimos tempos, tem se falado muito sobre a linguagem neutra, à medida que os defensores dessa forma de comunicação se manifestam para defender a inclusão de pessoas no idioma.
Com opiniões diversas, ambos os grupos podem encontrar maneiras polêmicas de defender seu ponto de vista. Uma professora tem recebido diversas críticas nas redes sociais por relatar sua reação ao receber um trabalho todo escrito em linguagem neutra.
Sara Vanessa Cárdenas, uma professora da Colômbia, relatou no Twitter que decidiu reprovar uma aluna por causa da forma como ela escreveu seu trabalho. “Eu estava corrigindo alguns trabalhos e uma aluna me deu uma redação em linguagem inclusiva (…) obviamente ela tirou 1″, escreveu a mulher.
Para ajudar a aluna a obter melhor nota e salvar seu ano letivo, ela lhe deu a oportunidade de fazer outro trabalho, que consistia numa breve exposição em língua de sinais, “assim ela aprenderá ‘inclusão’ de verdade“, concluiu a mulher na postagem.
As reações dos internautas foram polarizadas. Vários apoiaram a decisão da professora com base na definição da Real Academia Espanhola, que descreveu o uso da linguagem inclusiva como “desnecessário”.
No entanto, os mais inclinados à causa criticaram a maneira de ensinar, e alguns até mesmo opinaram que ela estava “censurando” a aluna.
Linguagem inclusiva X linguagem neutra
Embora ambas as expressões sejam usadas em contextos semelhantes, há muitas diferenças.
Conforme explicado pelo portal Politize, a linguagem inclusiva ou não sexista objetiva uma comunicação sem excluir ou invisibilizar nenhum grupo sem a necessidade de alterar a língua. Por exemplo, por essa linguagem, dizemos “bom dia a todos e todas”, assim é possível abranger tanto os homens quanto as mulheres.
Já a linguagem neutra ou não binária busca a inclusão pela alteração no idioma. Termos como “amigxs”, “tod@s”, “todes” são frequentemente usados nesse tipo de comunicação. O grupo que mais apoia a linguagem neutra são ativistas do movimento feminista e LGBTQIA+
Os ativistas da comunicação inclusiva acreditam que a forma como falamos, escrevemos e nos comunicamos reflete nossos valores e crenças. Nesse sentido, pela fala e escrita, podemos perpetuar estereótipos, ainda que inconscientemente. Para eles, embora a língua não seja sexista, a sociedade é, com isso incentivamos certos tipos de desigualdades.
Diferentes pontos de vista
Aqueles que não apoiam o uso de linguagem neutra têm como argumentos o fato de que usar essas palavras dificulta a comunicação, tornando-a mais repetitiva e longa. Por exemplo, dizer “todos e todas” leva mais tempo que dizer simplesmente “todos”. Além disso, eles também acreditam que mudar a grafia, adicionando elementos como “x” ou “@” dificulta a leitura, inclusive prejudicando pessoas com deficiência visual.
Essas pessoas também se baseiam no fato de que o gênero masculino é considerado neutro pela maioria dos órgãos responsáveis por regular os idiomas, como a Academia Brasileira de Letras e a Real Academia Espanhola, o que excluiria uma mudança na linguagem.
Já os que defendem esse tipo de comunicação citam como vantagens combater o machismo e a intolerância de gênero, valorizar a diversidade, não privilegiar algumas pessoas, entre outras.
Todos esses pontos de vista são levados em conta, e cada pessoa é livre para ter a própria visão do assunto. No caso da Colômbia, onde aconteceu o fato com a professora, não há proibição quanto ao uso da linguagem neutra, então é de se entender que a aluna possa recorrer da decisão.