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Produtor de boi desanimado já não absorve queda dos preços da ração e da reposição

Sem entressafra preocupante de oferta escassa e vendas ruins, boi mais recua que avança e produtor não fecha as contas

O cenário desanima o produtor de boi.

Ao preço de hoje da @, que não esquentou como se apostava no final de junho, não cobre as despesas.

“Não adianta falar que a ração caiu de preço e a reposição também, porque não fecha as contas de nenhum jeito”, explica o produtor de Barretos, Juca Alves.

Os custos fixos dos produtores permanecem elevados – peças para reposição dos tratores, salários e manutenção das fazendas, entre outros -, batem o valor da comercialização do animal.

Na terça, o Cepea para São Paulo trouxe o boi abaixo de R$ 250. Contraiu mais de 3%. Nenhuma possibilidade de recuperação nesta quarta (19) vai amenizar as dores.

Alves avalia, junto a outros produtores, que os frigoríficos estejam com grandes estoques nas câmaras frias, que acabam suportando as promoções que o varejo anda fazendo.

Por outro lado, o repique de melhora nas compras chinesas ainda estaria longe de puxar os preços em geral. Por sinal, na Scot Consultoria, o animal China havia perdido R$ 5 e segue mantendo os R$ 250.

Ademais, os importadores do país seguem com a faca no pescoço dos exportadores brasileiros de carne, derrubando os preços.

Na soma, outra constatação que Juca Alves confirma é que fornecedores de insumos para confinamentos perceberam que os confinadores também tiraram o pé do acelerador das compras – mesmo, frisa-se novamente, com queda nos preços do bagacinho de cana e do milho.

Haveria, portanto, sobra para as indústrias atenderem a China sem originar mais animais contra valores pagos aquém do desejado.