Você já se perguntou por que usamos “meia” para dizer “seis”? É curioso, não é? A origem disso é bem interessante e tem tudo a ver com a nossa ligação com Portugal.
Lá pelos anos 1930, os telefones eram bem diferentes do que temos hoje. Se você quisesse falar com alguém, primeiro ligava para uma central telefônica. Só então, um atendente conectava a ligação. Agora, imagine o caos: a pronúncia do “três” e do “seis” em Portugal era bem parecida, algo como “trêix” e “sêix”. Com o barulho e a estática dos telefones da época, esses números se confundiam fácil. A solução? Usar “meia” para dizer “seis”.
“Meia” vem de “meia dúzia”, que são seis unidades. Simples e engenhoso. Quando dizemos “meia dúzia de ovos”, estamos falando de seis ovos. E isso acabou pegando na hora de passar números de telefone também. Afinal, ninguém queria correr o risco de ligar para o número errado só porque o atendente confundiu “três” com “seis”.
Mas “meia” não para por aí. Você já notou que essa palavra tem vários significados? Além de representar o número seis, usamos “meia” para falar de meias, aquelas que usamos nos pés. E a história delas é longa.
Os romanos, na época clássica, não usavam calças nem sapatos como conhecemos hoje. Eles aprenderam a usar pedaços de pano nos pés com os povos germânicos e gauleses, que viviam em regiões frias. Essas peças foram chamadas de “calceum”. Com o tempo, essas peças de pano foram esticadas até a cintura, virando as primeiras calças. Mas a parte que cobria os pés? Essa ficou conhecida como “meia”, uma parte da calça original.
E a “meia” hora? Por que falamos assim? Isso é mais direto: trinta minutos são metade de uma hora. Então, se são seis e meia, são seis horas e trinta minutos. Prático, né?
O que é interessante é como uma palavra tão pequena carrega tanta história e diferentes significados. Voltando à nossa curiosa “meia” que indica seis, é importante lembrar que essa expressão não é usada em qualquer contexto. Você não vai ouvir alguém dizendo que tem “meia anos” em vez de seis anos. É sempre em contextos específicos, como números de telefone ou contagens como “meia dúzia”.
Essa forma peculiar de falar mostra como a linguagem evolui de maneira única e criativa, moldada pelas necessidades práticas das pessoas. E, claro, nosso jeito de falar pode até parecer estranho para quem não conhece a história por trás das palavras.
E aí, gostou de descobrir o porquê do “meia” para seis? Fica a dica para a próxima vez que você for passar seu número de telefone. Quem sabe, assim, você também evita que alguém ligue para o lugar errado.