Com as inovações lançadas pelo Banco Central em relação ao Pix, o presidente da autarquia acredita que o cartão de crédito pode ser ameaçado.
Desde o seu lançamento em 2020, o Pix se tornou uma das modalidades favoritas dos brasileiros na hora de selecionar a forma de pagamento. Com ele, o uso do dinheiro em espécie caiu consideravelmente, assim como as transferências bancárias e o cartão de débito. Por funcionar 24 horas durante os sete dias da semana, influindo feriados, o Pix se tornou um grande aliado dos comerciantes e consumidores brasileiros.
Diante o aumento do uso do Pix, algumas empresas e comerciantes aderiram a um método um tanto quanto inusitado: o parcelamento no Pix. Funcionando de forma semelhante ao boleto, o cliente deve realizar o pagamento do valor mensalmente por Pix, conforme determinado na compra. Com isso, os especialistas estão começando a acreditar que o sistema poderá influenciar até mesmo no uso dos cartões de crédito.
Há dois anos, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou que acreditava que o cartão de crédito deixaria de existir em algum momento. Ao analisar os levantamentos no mercado, o Pix foi responsável por 74% das transações financeiras realizadas no Brasil em 2023. Com isso, a previsão de Campos Neto se torna cada vez mais próxima da verdade.
Banco Central aposta em novidades no Pix
Percebendo a preferência dos brasileiros pelo Pix, o Banco Central (BC) acena a criação de inovações na modalidade a partir desde ano. Uma delas é o pagamento recorrente e os parcelamentos. Com essa possibilidade, o BC retira os intermediários das transações parceladas, como as instituições envolvidas na emissão do cartão de crédito, e diminui a oneração nos lojistas.
Enquanto as taxas do cartão de débito ficam acima de 1% e as do cartão de crédito podem chegar a 2% por venda, o Pix custa apenas cerca de 0,22% para os varejistas. Assim, o Pix Garantido poderá alterar toda a cadeia de pagamento relacionada ao cartão de crédito.
Ao ter o BC como criador, operador e regulador, o Pix se tornou o meio de pagamento mais veloz, eficiente e que permite maior integração entre os bancos desde o seu lançamento. Outra medida estudada pelo BC é ao lançamento do Pix Automático, previsto para ser lançado em outubro deste ano. Com essa possibilidade, o Pix poderá substituir os boletos utilizados para o pagamento de contas de luz e telefone.