Para o novo presidente da Câmara, o assunto gera tensionamento com o Executivo e o Judiciário

Para o novo presidente da Câmara, o assunto gera tensionamento com o Executivo e o Judiciário
Deputados petistas criticaram o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), por desvincular os atos de 8 de Janeiro de 2023 de uma tentativa de golpe de Estado. Segundo os apoiadores de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), uma possível análise do projeto de lei que busca anistiar os envolvidos na depredação dos prédios públicos é “descabido” e afronta os poderes constitucionais.
Em entrevista à rádio Arapuan FM, de João Pessoa (PB), nesta sexta-feira (7) Motta afirmou que os condenados estão recebendo “penas muito severas”. Segundo Motta, o assunto gera tensionamento com o Executivo e o Judiciário e, por isso, a Casa terá cuidado ao abordar o tema.
– Eu não posso chegar aqui dizendo que vou pautar anistia na semana que vem ou não vou pautar de jeito nenhum – afirmou.
– O que aconteceu não pode ser admitido novamente, foi uma agressão às instituições. Agora, querer dizer que foi um golpe…Golpe tem que ter um líder, uma pessoa estimulando, tem que ter apoio de outras instituições interessadas, e não teve isso – disse o presidente da Câmara.
Na primeira semana como presidente da Casa, Motta mandou outros recados ao Judiciário, sobre a transparência no uso de recursos públicos, e ao governo, sobre cortes de gastos. Eleito graças a apoios que abrangeram do PL ao PT, o paraibano também distribuiu acenos à direita e à esquerda.
Sem citar a declaração de Motta, a presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), afirmou no X que a votação da anistia aos envolvidos no 8 de Janeiro é “descabida”.
O novo líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), também rebateu Motta sem citar o nome do presidente da Câmara. O parlamentar listou revelações da Polícia Federal que mencionam o entorno de Bolsonaro e disse que a depredação dos prédios públicos fizeram parte de uma estratégia para tomar o poder.
– Tinha um plano, então eu quero aqui deixar bem claro, para a história, o 8 de Janeiro fez parte de uma tentativa de golpe de Estado violento – afirmou Lindbergh.
O vice-líder do governo na Câmara Rogério Correia (PT-MG) declarou que é um “negacionismo inaceitável” defender que houve tentativa de golpe de Estado.
– Não vale um relatório de mil páginas aprovado no Congresso via CPMI? Não valem os múltiplos indiciamentos pela PF após provas e delações? Não valem as minutas golpistas na sede do PL? Não valem as bombas colocadas no aeroporto de Brasília e os planos de assassinato de Lula, Alckmin e Moraes? – afirmou Correia.