Pescador encontra criatura bizarra em rio no País de Gales; saiba o que é
Ser vivo marinho que está entre as mais primitivas espécies de vertebrados remonta a mais de 340 milhões de anos e sobreviveu a ao menos a quatro grandes eventos de extinção
O pescador Craig Evans capturou uma estranha criatura conhecida como lampreia-marinha (Petromyzon marinus), ou “peixe vampiro”, enquanto pescava trutas em um rio no oeste do País de Gales.
Evans compartilhou o achado em uma postagem no Instagram na última terça-feira (15). Ele relata que teve a sorte de ficar de pé sobre vários peixes da espécie bizarra desovando em águas correntes com somente cerca de 30 centímetros de profundidade.
Conforme a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA), a lampreia-marinha está entre as mais primitivas de todas as espécies de vertebrados e é um peixe parasita nativo do norte e oeste do Oceano Atlântico.
O animal é um matador de trutas-de-lago (Salvelinus namaycush) e de outros peixes ósseos. A criatura mata cerca de 18 kg de peixe todos os anos ao agarrá-los com sua boca em forma de disco, cercada por dentes afiados e córneos. Ela então “usa sua língua áspera para raspar a carne do peixe para que ela possa se alimentar do sangue e fluidos corporais de seu hospedeiro”, segundo descreve a NOAA.
A Comissão de Pesca da região dos Grandes Lagos, na América do Norte, mantém até um programa de controle à espécie parasita. A instituição alerta que esses peixes são um problema para a área norte-americana, onde agem como predadores, com cada indivíduo “capaz de matar mais de 20 kg de peixes durante apenas 12 a 18 meses”.
Por outro lado, em sua região nativa do Oceano Atlântico, graças à coevolução com os peixes de lá, as lampreias-marinhas são parasitas que normalmente não matam seus hospedeiros.
Além disso, a espécie é muito antiga: remonta a mais de 340 milhões de anos e sobreviveu a pelo menos quatro grandes eventos de extinção. “As lampreias-marinhas são únicas em relação a muitos outros peixes, pois não possuem mandíbulas ou outras estruturas ósseas e, em vez disso, possuem um esqueleto feito de cartilagem”, destaca a comissão.
A água doce é o local de desova das lampreias, onde elas normalmente se alimentam de minúsculas algas e microrganismos. Quando vão para o mar, essas criaturas caçam peixes maiores. Depois da desova, em junho, todas morrem, segundo conta o pescador do País de Gales.
O espécime que ele capturou tinha pouco mais de 60 centímetros e pesava cerca de 1 kg. “Eu vi muitas delas ao longo dos anos e o único mamífero que as come são as lontras”, conta Evans, acrescentando que essas espécies antigas de peixes sem mandíbula são sinais de um ecossistema saudável.