NotíciasReligião

Pastor Max Lucado faz tatuagem para celebrar 70 anos; veja o desenho

O pastor Max Lucado, autor best-seller e líder da Igreja Oak Hills, no Texas (EUA), revelou no início de abril que tatuou a palavra “Tetelestai” — termo grego que significa “está consumado” — em seu antebraço direito. A palavra faz referência direta à declaração de Jesus registrada em João 19:30, proferida na cruz. Segundo Lucado, o gesto marca o jubileu de sua conversão, ocorrida na primavera de 1975, quando, aos 20 anos, se entregou a Cristo após ouvir uma pregação sobre a graça de Deus.

“Estou comemorando o aniversário de ouro da grande graça de Deus em minha vida. Há 50 anos, nesta primavera, a graça me encontrou. Meu testemunho está entrelaçado com minha palavra favorita na Bíblia. Na cruz, Cristo proclamou: ‘Está consumado!’ (João 19:30). Em grego — ‘Tetelestai!’”, declarou o pastor em publicação nas redes sociais, onde compartilhou imagens da tatuagem.

Lucado relatou que, antes de sua conversão, vivia de forma desregrada. “Eu era um canalha de 20 anos, um vagabundo, um trem descarrilado… racista, misógino, brigão e intrigante. Pior de tudo, eu era um hipócrita”, escreveu. Para ele, a inscrição no braço é uma expressão de gratidão. “Na cruz, Cristo pagou minha dívida. Ela está paga — paga integralmente.”

Atualmente, além de atuar na Oak Hills, Lucado serve como pastor interino na Igreja Gateway. Em sua publicação, reconheceu que a tatuagem pode causar estranheza entre cristãos mais conservadores, especialmente por se tratar de um líder com mais de 70 anos. “Tudo bem. Eu não fiz isso pelas pessoas, fiz para agradecer a Jesus, que pagou uma dívida que eu não podia pagar. Você conhece essa graça?”, questionou.

Nos últimos anos, o pastor tem sido transparente sobre desafios pessoais e espirituais. Em 2021, foi diagnosticado com um aneurisma na aorta ascendente. No livro Deus Nunca Desiste de Você (2023), revelou que enfrentou o estresse do ministério com o consumo secreto de álcool. “Comecei a beber”, relatou. Segundo ele, o ponto de virada ocorreu em um estacionamento, quando sentiu uma repreensão interior enquanto bebia escondido: “Sério, Max? […] Por que está se escondendo em um estacionamento, bebendo uma cerveja que você escondeu em um saco de papel pardo?”

Após confessar sua luta à liderança da igreja, Lucado recebeu apoio da congregação e iniciou um processo de restauração: “Deus me encontrou ali naquele dia. […] Ele me deu um novo nome também. Não Israel. […] Mas ‘perdoado’. E estou feliz em usá-lo.”

A decisão de Lucado reacendeu debates dentro do meio cristão sobre tatuagens entre líderes. Em 2023, a televangelista Joyce Meyer revelou ter feito duas tatuagens aos 79 anos como forma de “honrar a Deus”. Já o pastor Matt Chandler, da Village Church, e sua esposa, Lauren, realizaram tatuagens durante uma visita a Jerusalém em 2022.

A discussão, no entanto, continua sendo alvo de divergências teológicas. O pastor pentecostal Ryan French, citado pelo portal The Christian Post, defende que Levítico 19:28 proíbe tatuagens por considerá-las incompatíveis com os princípios de santidade exigidos por Deus. “Não fareis cortes no corpo por causa dos mortos, nem fareis marca alguma sobre vós. Eu sou o Senhor”, diz o texto bíblico.

Já o teólogo John Piper, em uma publicação de 2013, afirmou que o ato de marcar o corpo não é, em si, pecado. “Marcar a pele não é intrinsecamente mau. […] Eu nunca excluirei ninguém da comunhão em Cristo por ter uma tatuagem ou cem tatuagens. […] Mas duvido que as decisões que muitos cristãos estão tomando hoje de fazer tatuagens sejam pensadas com tanto cuidado e base bíblica quanto seria sábio”, escreveu o pastor e fundador do ministério Desiring God.

Embora não haja consenso entre líderes evangélicos sobre o tema, o gesto de Lucado tem sido compreendido por seus seguidores como uma manifestação pública de fé e testemunho de redenção — princípios centrais da mensagem cristã, conforme Romanos 5:8: “Mas Deus prova o seu amor para conosco em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores”.