Estudos apontam relação entre substâncias presentes em panelas antiaderentes e o câncer no fígado
Um estudo recente realizado pela Keck School of Medicine, nos Estados Unidos, despertou preocupações quanto ao uso de panelas antiaderentes. A pesquisa é pioneira em estabelecer uma conexão direta entre a exposição a substâncias presentes nesses produtos e doenças em humanos.
Segundo os pesquisadores, os compostos químicos PFOS e PFOA, comumente utilizados nesse tipo de utensílio, foram associados ao aumento do risco de câncer no fígado.
Para Jesse Goodrich, pesquisador na área de saúde pública, compreender os fatores ambientais que contribuem para doenças hepáticas é essencial.
“O câncer de fígado está entre as consequências mais graves de problemas hepáticos”, destaca Goodrich, sublinhando a importância da prevenção.
Preocupação com as substâncias é antiga
A American Cancer Society já havia alertado sobre os riscos desses compostos em produtos do cotidiano, como panelas.
Os perigos associados ao PFOA vêm sendo discutidos desde a década de 1970. Inicialmente, os estudos focaram em trabalhadores industriais, evidenciando riscos hepáticos.
Nos anos 1990, novos dados reforçaram a ligação do composto com doenças graves. A preocupação se estendeu a produtos cotidianos, como as panelas revestidas com teflon.
Consequências adicionais da exposição
A exposição prolongada aos PFAS, incluindo PFOS e PFOA, também pode afetar o sistema endócrino, aumentando os riscos de diabetes e doenças cardiovasculares.
Um estudo da Universidade de Exeter destacou a redução da função imunológica associada a altos níveis de PFOA.
Cuidados na utilização de panelas
O desgaste de panelas antiaderentes pode liberar partículas químicas durante o cozimento. Arranhões e rachaduras são especialmente problemáticos.
Além disso, o alumínio, presente em alguns utensílios, tem sido associado a doenças neurodegenerativas, como o Alzheimer.
Para evitar riscos, recomenda-se utilizar recipientes de vidro para armazenamento e evitar esponjas abrasivas na limpeza.
Alternativas para um uso mais seguro
Para aqueles que buscam alternativas mais saudáveis, seguem algumas opções:
Ferro fundido: durável, libera ferro benéfico, mas requer prevenção contra ferrugem.
Cerâmica: livre de toxinas, não altera sabores, porém frágil e distribui calor irregularmente.
Vidro: cozimento puro, mas sensível a choques térmicos e calor desigual.
Optar por utensílios de cozinha seguros e manter panelas em bom estado são passos valiosos para proteger a saúde.
Compreender os riscos químicos nos produtos do dia a dia ajuda em decisões conscientes, reforçando que prevenir é sempre a melhor escolha.
