Notícias

Pai sem condições financeiras tece mochila artesanal de fibra para filho poder ir à escola

Sem dinheiro para comprar uma mochila de outro material para o filho, o pai decidiu fazer uma com as próprias mãos, de fibra de palmeira

Em junho de 1945, os povos das Nações Unidas escreveram a Carta das Nações Unidas, com o objetivo de deixar claro que nunca mais aceitariam os estragos provocados pela Segunda Guerra Mundial.

Reafirmando a fé nos direitos fundamentais do homem, na dignidade e no valor do ser humano, na igualdade de direitos entre homens e mulheres, assim como entre nações grandes e pequenas, o documento foi assinado por 50 países, incluindo o Brasil.

No fim de 1948, na Assembleia Geral das Nações Unidas, a Declaração Universal dos Direitos Humanos foi adotada e proclamada pelos países-membros. O conjunto de artigos mostra o ideal comum a ser atingido por todos os povos e todas as nações, para que se esforcem, por meio da educação e do ensino, para promover o respeito aos direitos e às liberdades defendidos.

Com 30 artigos, a Declaração Universal dos Direitos Humanos fala sobre tolerância, respeito e valorização da vida. Baseada na Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, documento que marca um importante momento na Revolução Francesa e que define direitos individuais e coletivos dos homens, ela reúne apenas liberdades consideradas básicas e essenciais a todos os indivíduos.

O artigo 25 da Declaração defende que “todo ser humano tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar a si e à sua família saúde, bem-estar, inclusive alimentação, vestuário, habitação, cuidados médicos e os serviços sociais indispensáveis e direito à segurança em caso de desemprego, doença, invalidez, viuvez, velhice ou outros casos de perda dos meios de subsistência em circunstâncias fora de seu controle”.

Isso significa que todos os cidadãos têm direito aos acessos básicos como moradia, educação, segurança, saúde, vestuário, alimentação, dentre outros. De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), mais de 250 milhões de crianças em idade escolar, de 6 a 17 anos, não frequentam a escola, sendo que o principal motivo é a pobreza.

Com a ausência dos direitos básicos, muitas crianças não têm acesso à escola, e a Organização das Nações Unidas para Educação Ciência e Cultura (Unesco) alerta que, caso nenhuma medida seja tomada, “12 milhões de crianças nunca verão o interior de uma sala de aula”. Existem muitas que tentam a todo custo frequentar a educação básica, sabendo que sem ela as oportunidades de trabalho e de remuneração justa se tornam ainda mais escassas no futuro.

No Camboja, um caso chamou a atenção nas redes sociais, quando uma professora decidiu compartilhar com o mundo a história com que teve contato. Lecionando numa instituição que recebe crianças de baixíssima renda, Sophous Suon viu a dedicação de um pai que, em busca de melhores condições de vida, sabe que precisa mandar o filho para a escola a fim de receber educação formal.

Ny Keng, que na época tinha apenas 5 anos, não tinha nem sequer o material mais elementar. Seu pai, sem dinheiro para lhe comprar uma mochila, decidiu usar o que tinha ao seu alcance para ajudar o menino, e trançou fibra de palmeira tingidas até obter uma linda peça artesanal.

Compartilhando o resultado em seu perfil pessoal nas redes sociais, a iniciativa do pai acabou se espalhando pelo mundo e, além de muitas pessoas o parabenizarem, outras perceberam que poderiam, de alguma forma, ajudar aquela família. Não foi preciso muito tempo até que um usuário mandasse uma nova mochila para a professora, que fez questão de entregar a Ny Keng.

Outra ideia que tiveram foi de ajudar o pai a trabalhar como artesão, vendendo mochilas, principalmente para pessoas que têm pouco dinheiro. Sophous escreveu em suas redes que uma mochila em seu país custa cerca de R$ 20, mas que muitas famílias não têm nem sequer essa quantia. Com a falta de acesso e de ausência dos direitos básicos, muitas crianças deixam de frequentar a escola, mas por sorte, esse não foi o caso de Ny Keng.