Em um mundo com mais de 7 bilhões de habitantes, como essa teoria se aplica? Estudos trazem insights esclarecedores.
Você já ouviu falar que estamos conectados com qualquer outra pessoa no planeta através de, no máximo, seis pessoas intermediárias? É uma ideia que nos faz ponderar: será que essa sensação global de proximidade é real? Será que um camponês na Ásia está, teoricamente, a apenas seis passos de um banqueiro em Nova York?
A ideia dos “6 graus de separação” não é uma invenção contemporânea. Na verdade, remonta a 1929, através da história “Chains”, escrita pelo autor húngaro Frigyes Karinthy.
No conto, ele pinta um quadro de um mundo interligado, onde um grupo desafia-se a conectar qualquer indivíduo dentre os 1,8 bilhões de habitantes do planeta através de apenas cinco pessoas. Surpreendentemente, o sexto intermediário raramente se fazia necessário.
Mais tarde, o conceito ressurgiu com o popular jogo “Seis Graus de Kevin Bacon”, demonstrando que qualquer ator poderia ser conectado ao famoso Kevin Bacon em menos de cinco etapas.
No entanto, foi a pesquisa realizada pelo Facebook em 2016 que lançou luz sobre esta teoria. A plataforma descobriu que, em média, apenas “4,57 graus de separação” existem entre dois usuários, apertando ainda mais os laços que nos unem.
Mas, por que, em um planeta com mais de 7 bilhões de pessoas, esse número de separações continua tão pequeno? Pesquisas recentes nos oferecem algumas pistas reveladoras.
Conexões e suas raízes
O coração da questão parece estar no modo como os seres humanos estão programados para se relacionar. Sim, as conexões têm suas raízes em benefícios pessoais. Por exemplo, ao considerar a formação de um novo relacionamento, pesamos os prós e contras: “Será que vale a pena tolerar as piadas ruins do Jeff para manter uma amizade com ele?”
A pesquisa foi além, desenhando um jogo que simula a natureza da formação de relacionamentos humanos. O que emergiu desse jogo foi uma constante: o padrão dos 6 graus de separação. Como o estudo revelou:
“Comprovamos teoricamente que qualquer rede onde os nós se esforçam para aumentar sua centralidade, formando conexões somente se o custo for menor que o benefício, tende a evoluir para um estado de mundo ultrapequeno dotado da propriedade de seis graus de separação.”
O Professor Baruch Barzel, contribuinte fundamental da pesquisa, trouxe uma visão mais aprofundada ao afirmar que: “Cada indivíduo na rede age de forma independente, sem qualquer conhecimento ou intenção sobre a rede como um todo”.
Isso sugere que, mesmo em nossas ações individualistas, estamos involuntariamente tecendo uma teia global de interconexão.
Então, à medida que mergulhamos de cabeça na era digital, a ideia dos 6 graus de separação ressoa mais alto. Estamos em uma constante dança de interconexão, desafiando as barreiras da geografia e da cultura. A cada dia, o mundo se torna um pouco menor, reforçando a ideia de que, não importa onde estejamos, estamos todos conectados.