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O embate do século começa… Musk encara Soros

Uma disputa judicial em Wisconsin, normalmente de alcance estadual, transformou-se em um dos embates políticos mais observados dos Estados Unidos, com a intervenção direta de dois dos maiores financiadores da política mundial: Elon Musk e George Soros.

A corrida por uma vaga na Suprema Corte de Wisconsin mobilizou cifras impressionantes e colocou frente a frente o bilionário conservador Elon Musk e o magnata progressista George Soros. Enquanto Musk destinou cerca de US$ 20 milhões por meio de suas organizações – America PAC e Building America’s Future – para apoiar o republicano Brad Schimel, Soros injetou US$ 1 milhão no Partido Democrata local, fortalecendo a campanha da juíza Susan Crawford.

A disputa ganhou ainda mais atenção com o anúncio de Musk de que fará campanha pessoalmente no estado. “No domingo à noite, farei uma palestra em Wisconsin”, publicou em sua rede social X.

No entanto, ele causou polêmica ao apagar um post anterior no qual prometia um prêmio milionário a eleitores que participassem da votação antecipada, substituindo a oferta por um apoio à assinatura de uma petição contra o que chamou de “juízes ativistas”.

De acordo com o Brennan Center for Justice, os gastos na eleição já superaram os US$ 73 milhões, podendo chegar a US$ 100 milhões, o que tornaria esta a eleição judicial mais cara da história dos EUA. Segundo Brendan Glavin, diretor do Open Secrets, o volume de dinheiro investido em uma disputa estadual é “impressionante” e evidencia uma crescente influência de grandes doadores em pleitos locais.

Brad Schimel, ex-procurador-geral do estado, conta também com o respaldo de grandes nomes do Partido Republicano, como Diane Hendricks, Elizabeth Uihlein, Joe Ricketts e o próprio Donald Trump, além de campanha ativa de Donald Trump Jr. Já Susan Crawford reúne apoios relevantes da esquerda, como o bilionário governador de Illinois, J.B. Pritzker, sindicatos e Gloria Page, mãe do cofundador do Google, Larry Page.

O clima acirrado inclui trocas de acusações entre os candidatos. Trump classificou Crawford como “a voz escolhida dos esquerdistas que querem destruir seu estado e nosso país”, enquanto a campanha democrata apelidou Schimel de “Elon Schimel”, numa tentativa de ligá-lo diretamente aos interesses de Musk e da Tesla. A empresa de Musk, inclusive, possui um processo em andamento no estado que poderá acabar sendo julgado pela própria Suprema Corte estadual, o que levantou suspeitas de conflito de interesse.

A decisão dos eleitores na próxima terça-feira terá impacto duradouro: o vencedor ocupará o cargo por dez anos e poderá influenciar temas cruciais como o direito ao aborto, o redesenho dos distritos eleitorais e as regras eleitorais para 2028.