Conitec avalia novas opções de tratamento para obesidade no sistema de saúde pública com o intuito de ampliar acesso a medicamentos

Conitec avalia novas opções de tratamento para obesidade no sistema de saúde pública com o intuito de ampliar acesso a medicamentos
A luta contra a obesidade no Brasil pode ganhar novos aliados com a possível inclusão de novos medicamentos no Sistema Único de Saúde (SUS).
A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec) está analisando a incorporação de dois fármacos no tratamento da obesidade: liraglutida, conhecida pelos nomes comerciais Saxenda e Victoza, e semaglutida, comercializada como Wegovy.
Atualmente, o SUS oferece opções limitadas para o tratamento da obesidade, restringindo-se à orientação e à cirurgia bariátrica.
Com a inclusão de medicamentos como liraglutida e semaglutida, mais brasileiros poderiam ter acesso a tratamentos eficazes e seguros. Esse movimento ocorre em um cenário preocupante de crescente taxa de obesidade no país, onde 25% da população já se encontra nessa condição, com projeção de aumento para 48% até 2045.
Detalhes sobre os medicamentos
A liraglutida está sendo reconsiderada para pacientes com obesidade que também enfrentam diabetes tipo 2 ou doenças cardiovasculares pré-existentes, como infarto ou AVC.
Já a semaglutida é avaliada para obesidade de grau II ou III em pacientes a partir dos 45 anos, sem diabetes, mas com doenças cardiovasculares estabelecidas, incluindo infarto, AVC prévio e doença arterial. A obesidade grau II é caracterizada pelo IMC igual ou superior a 35 kg/m².
Processo de avaliação
As avaliações para a potencial inclusão no SUS iniciaram com as Chamadas Públicas nº 17/2025 e nº 18/2025, sendo a primeira para a liraglutida e a segunda para a semaglutida. Até o dia 19 de março, pacientes que já usaram esses medicamentos têm a chance de compartilhar suas experiências.
Posteriormente, o tema será levado à Consulta Pública, permitindo a contribuição de qualquer cidadão interessado. Espera-se que pelo menos um dos medicamentos receba aprovação, mas há potencial para que ambos sejam incorporados, dado que atendem a diferentes perfis de pacientes.
Esta decisão poderá impulsionar significativamente o tratamento da obesidade no país, oferecendo novas esperanças para milhões de brasileiros a partir de um acesso mais amplo a tratamentos eficazes.