Jogador está em fase final de recuperação. Quer voltar a jogar domingo, contra o Bahia. Aos 33 anos, dispensado pelo Al-Hilal, ele vê o português ser favorito para assumir a seleção. E jura que não vai se envolver na escolha do substituto de Dorival
Não importa a fama, o lobby, o número de seguidores.
Disciplinador, exigente, comandante dos times que treina.
“O velho é embaçado”, resumiu o jogador do Santos para o senador Romário, no seu podcast.
Quando falou, o meia/atacante nem imaginava que seu ex-treinador do Al-Hilal se tornaria o favorito a substituir Dorival Júnior.
O mundo do futebol sabe que a saída de Neymar do clube árabe teve a influência do técnico português.
Jorge Jesus foi claro com a direção do Al-Hilal.
O brasileiro não tinha condições físicas para voltar a jogar em alto nível ‘rapidamente’.
Depois de um ano e um mês parado, pela cirurgia de reconstrução dos ligamentos cruzados de seu joelho esquerdo, o técnico sabia que seriam meses para ele ter uma sequência de jogos.
E correndo o sério risco de lesões musculares, efeito colateral do período parado.
“É um jogador que não deixa dúvidas a ninguém, de top mundial.
“Mas a verdade é que, fisicamente, não tem conseguido acompanhar a equipe.”
Neymar não gostou.
E o rebateu.
“Obviamente, fiquei muito chateado com as palavras do Jorge Jesus, do que ele falou, que eu não estava na mesma condição da equipe. Nos treinamentos eu demonstrava que estava apto a jogar, nas mesmas condições dos outros atletas. Quando a gente fazia coletivo, quem decidia era eu, quem fazia gol era eu, então colocava um monte de minhoca na cabeça dele”, declarou o astro.
“Nem gosto de falar sobre isso, esses assuntos polêmicos, mas é a realidade. Quando ele deu essa informação [de que eu tinha condições de jogar], eu sabia que ia demonstrar uma coisa diferente quando entrasse em campo. O campo fala. É o único lugar que consigo me defender, dentro das quatro linhas”, disse à CazéTV.
O tempo passou, Dorival Júnior foi demitido.
E Jorge Jesus se tornou o principal alvo do presidente Ednaldo Rodrigues, ainda impressionado com o trabalho do português no Flamengo.
Na Gávea, ele ganhou a Libertadores, Brasileiro, Recopa, Supercopa do Brasil e Campeonato Carioca.
A situação ficou constrangedora.
E provocou reações.
Ednaldo e Neymar são próximos. Mas a escolha do treinador é privilégio do presidente da CBFCBF
Neymar trabalharia com Jorge Jesus?
Jorge Jesus trabalharia com Neymar?
A resposta a essas duas questões é sim.
E, afastado da seleção brasileira desde sua contusão, o jogador não tem a influência que um dia teve.
Ednaldo não aceitaria um veto do atleta.
Veto que não aconteceu.
“Sou apenas jogador”, disse o santista, ao podcast Charla, já com Dorival Júnior demitido.
Aos 70 anos, Jorge Jesus é muito inteligente.
E sabe o que significa para o futebol brasileiro.
Muito mais do que ao seu ex-clube Al-Hilal.
Se for contratado, não vai iniciar seu trabalho sem Neymar.
Na CBF, a principal exigência é que esteja livre em junho.
Para comandar o Brasil contra o Equador e Paraguai, pelas Eliminatórias.
Isso o obrigaria a não comandar a equipe árabe no Super Mundial de Clubes
Situação que Jesus já teria aceitado.
Ele sabe que não há a menor chance de título.
A situação segue ainda não definida publicamente.
Faltam três meses.
E no futebol tudo muda de forma fulminante.
Mas Neymar já se garantiu.
Não vai comprar briga se Jorge Jesus assumir a seleção.
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