Nasa revela novos planos de busca por vida alienígena
Workshop realizado na Caltech explorou possibilidades sobre o uso de um criobot para entrar nos oceanos de luas de Júpiter e Saturno
A Nasa, agência espacial dos Estados Unidos, está estudando novos métodos para buscar vida alienígena fora da Terra.
A hipótese recentemente levantada e que tem ganhado força entre pesquisadores norte-americanos nasceu de um workshop convocado pelo Escritório de Tecnologia Científica de Exploração Planetária (Pesto) da Nasa e realizado no Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech).
A ideia é usar um criobot para perfurar densas camadas de gelo de duas luas — uma de Júpiter e outra de Saturno — e explorar os oceanos que devem existir ali embaixo.
“No geral, a conclusão consensual dos participantes do workshop foi que este conceito de missão continua a ser viável, cientificamente convincente e a forma mais plausível a curto prazo de procurar diretamente vida num mundo oceânico”, afirmou a Nasa.
“O potencial para a detecção direta de vida noutro mundo parece mais possível do que nunca.”
O que é um criobot?
Europa, uma lua de Júpiter, e Encélado, uma lua de Saturno, são cobertas por uma espessa camada de gelo e a Nasa acredita que, por baixo dele, há mais água líquida do que em todos os oceanos da Terra juntos.
Para perfurar essa crosta absurdamente fria, os cientistas norte-americanos apostam no criobot, que é uma sonda cilíndrica que usa o calor para derreter o gelo abaixo dela. A água derretida flui em torno do equipamento antes de ser congelada quando ficar para trás dele.
Essa técnica já é usada na Terra para explorar geleiros e mantos de gelo. A principal dúvida é: será que é possível usar um criobot para perfurar camadas muito mais frias e espessas de gelo nas luas Europa e Encélado?
Como perfurar essa camada de gelo?
No workshop realizado na Caltech, os cientistas de debruçaram sobre essa pergunta e exploraram possibilidades para tornar essa hipótese viável.
Segundo a Nasa, será preciso desenvolver um sistema nuclear que consiga fazer o criobot derreter o gelo com eficiência.
Há ainda uma preocupação em fazer com que o equipamento suporte as fortes pressões dos oceanos dessas luas e em construir um sistema de gerenciamento térmico que lide bem com as altas temperaturas geradas e distribua o calor da forma correta.
O criobot também deve precisar de uma combinação de jatos de água com cortes mecânicos para perfurar camadas de sal e poeira que podem estar pelo caminho da sonda. Quando o obstáculo for impenetrável, ele terá que contar com um sensor de mapeamento e um mecanismo de direção para driblá-lo.
Por fim, a Nasa também acredita que será necessário um forte sistema de comunicação capaz de transmitir dados apesar das condições externas que o criobot enfrentará. Há dúvidas se um cabo de fibra óptica, atualmente usado nos criobot terrestres, sobreviveria às camadas de gelo e os movimentos da sonda nas luas Europa e Encélado.
Nasa investiga OVNIs
Durante um pronunciamento em setembro, a Nasa apresentou um relatório encomendado para levantar possibilidades sobre como a agência pode contribuir cientificamente com a análise de OVNIs (objetos voadores não identificados), agora chamados por ela de “fenômenos aéreos não identificados”.
O diretor da Nasa, Bill Nelson, durante pronunciamento feito na manhã desta quinta-feira, informou que o estudo mostrou que a agência pode usar dados, inteligência artificial e machine learning para investigar OVNIs e tornar todas as informações públicas para combater o sensacionalismo em torno da questão.
“[Encomendamos esse relatório] com algumas metas em mente: entender como a Nasa pode estudar OVNIs de uma perspectiva científica, mudar a conversa de sensacionalismo para ciência e ter certeza de que as informações sobre o que encontrarmos ou recomendarmos sejam compartilhadas de forma transparente pelo mundo”, declarou Nelson.
Ele anunciou ainda a criação de uma diretoria de pesquisa de OVNIs, que terá a tarefa de desenvolver e coordenar a visão da Nasa sobre as pesquisas de OVNIs.
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