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Motorista do governo é demitido por matar jovem atropelada no RJ

Carro da Secretaria Estadual de Cultura trafegava irregularmente na via exclusiva do BRT

O motorista do governo do Rio de Janeiro que matou uma estudante de 17 anos atropelada na manhã desta terça-feira (25) foi exonerado. Fernanda Vitória Cavalcante Alves foi atingida pelo carro do governo do Rio de Janeiro enquanto o motorista, Marco André Pinho Vargas, dirigia irregularmente na calha exclusiva do BRT Transcarioca.

Segundo informações do portal G1, o veículo estava a serviço da Secretaria Estadual de Cultura e não tinha autorização para trafegar na via do BRT. A infração é considerada gravíssima pelo Código de Trânsito Brasileiro.

Fernanda morreu na hora, e o carro ficou com marcas da colisão no capô e no para-brisas. Testemunhas afirmam que a adolescente havia acabado de sair da escola e não viu o veículo se aproximar ao atravessar a rua.

Marco André teve sua exoneração publicada no Diário Oficial da União. Ele prestou depoimento à polícia. Segundo disse aos policiais militares no local do acidente, a vítima atravessou repentinamente no meio da pista e ele não conseguiu frear a tempo. Ele permaneceu no local e prestou socorro.

O artigo 184 do Código de Trânsito Brasileiro determina multa de R$ 300, sete pontos na carteira e a apreensão do veículo como punição para a infração do uso de faixa exclusiva aos coletivos. As exceções são somente para veículos do Corpo de Bombeiros, de polícia, ambulâncias e de fiscalizadores do trânsito.

Em nota, o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, lamentou “a morte da estudante atropelada por um carro oficial à serviço da Secretaria de Cultura e Economia Criativa e determinou a exoneração do motorista, que vai responder por homicídio culposo (quando não há intenção de matar)”.

A Secretaria de Educação também se pronunciou, expressando pesar e dizendo que “está em contato com a equipe escolar para apurar as circunstâncias do ocorrido e disponibilizou assistentes sociais e psicólogos para prestar apoio à família da aluna, aos colegas e à comunidade escolar neste momento de dor”.

MÃE RELATA COMO RECEBEU A NOTÍCIA

A mãe de Fernanda Vitória afirmou estar “sem chão” e detalhou que foi comunicada sobre a morte pela diretora da Escola Estadual Maria Terezinha Machado, onde a vítima estudava.

– Eu recebi, estava no trabalho, a diretora me ligou. “Mãezinha você poderia vir aqui?” Porque eu estava trabalhando. “Estamos precisando da senhora aqui porque a sua filha sofreu um acidente”. Depois ela me ligou de novo e falou: “mãezinha sua filha morreu”. Quando cheguei minha filha estava ali no chão, eu estou sem chão até agora. Eu me esforçava, tentava dar tudo que ela precisava, como eu vou viver sem a vozinha dela? Era pra ter uma viatura na escola porque os adolescentes saem desesperados. E agora, o que a escola vai poder fazer? Eu só espero que a justiça seja feita – disse.

A escola em questão decretou luto e só retomará as aulas nesta quinta-feira (27).