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Marçal pode ficar inelegível e ser impedido de disputar Presidência

Empresário mira as eleições de 2026, mas terá que superar obstáculos judiciais

Após terminar em terceiro lugar na acirrada eleição para a Prefeitura de São Paulo, o empresário Pablo Marçal (PRTB) antecipou que já está mirando a disputa pelo cargo de governador, ou até mesmo de presidente da República, nas eleições de 2026. Entretanto, para realizar seus planos, o prtbista terá que superar obstáculos na Justiça, pois enfrenta quatro ações que podem deixá-lo inelegível.

Uma delas decorre do laudo médico divulgado por ele contra o rival Guilherme Boulos (PSOL), documento que a perícia da Polícia Civil constatou como falso. No ofício, constava que o psolista teria sido internado por dependência química relacionada ao consumo de cocaína.

Em razão do ocorrido, a Justiça Eleitoral determinou a suspensão do perfil de Marçal no Instagram. O caso pode resultar em uma AIJE (Ação de Investigação Judicial Eleitoral) contra o empresário por uso indevido dos meios de comunicação social no processo eleitoral. O processo passaria pela primeira instância da Justiça Eleitoral, pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) e pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Em caso de condenação, Marçal ficaria inelegível por oito anos.

Além disso, ele responderá na esfera criminal pelo mesmo caso, visto que a campanha de Boulos pediu sua prisão por falsificação de atestado médico, uso de documento falso, disseminação de informação falsa em período eleitoral, calúnia, difamação e injúria eleitoral e associação criminosa. Entretanto, especialistas consideram que, mesmo em caso de condenação, seria pouco provável que o prtbista acabasse preso em regime fechado.

A segunda e mais avançada ação que pode atrapalhar os planos políticos de Marçal envolve o suposto pagamento em dinheiro a seguidores para que eles compartilhassem seus vídeos nas redes sociais. A suspensão de suas contas no Instagram, no X, TikTok, Discord e YouTube ocorreram no âmbito desse processo.

A terceira delas, que tramita na esfera criminal, diz respeito à acusação de tentativa de homicídio e omissão de socorro por ter levado um grupo de pessoas a subir uma montanha na Serra da Mantiqueira em condições climáticas adversas como prova de superação. A quarta ação questiona a oficialização de sua candidatura como prefeito, sob a alegação de que ela teria violado o estatuto do partido.

PÓS-ELEIÇÕES 2024

Após o resultado deste pleito, Marçal disse ao jornal O Globo que cogita apoiar o atual prefeito e candidato à reeleição Ricardo Nunes (MDB) no segundo turno contra Boulos. A condição é a de que o emedebista adote algumas de suas propostas em seu governo.

– Então, se ele colocar educação financeira nas escolas, botar “empresarização” para rodar, porque o empreendedorismo liberta. Fazer as escolas da cidade de São Paulo se transformarem em escolas olímpicas. Se ele considerar isso, a gente pode conversar numa boa – assinalou.

Marçal também indicou que continuará envolvido na política, dedicando-se a apoiar postulantes de direita em outras capitais do país neste segundo turno.

– Quero que todos vocês levantem a cabeça, porque o voto que vocês depositaram nunca vai ser jogado fora. Eu vou carregar esse voto, e por que eu estou falando que isso foi extraordinário? Zero de dinheiro público, nunca ninguém chegou tão longe fazendo uma campanha sem esse dinheiro público – destacou.

Em relação a 2026, Marçal disse que pretende se alçar a um cargo executivo.

– Vocês não vão me ver disputando, pode anotar isso aí, vocês não vão me ver disputando prefeitura de São Paulo mais nenhuma vez na vida. Vocês não vão me ver disputando o Legislativo, então só tem dois caminhos aí, o governo do estado ou a questão da presidência do Brasil – pontuou.