Em entrevista coletiva concedida no início da noite desta terça-feira (28), o candidato do PRTB à prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal, anunciou alguns nomes escolhidos por ele para compor um eventual governo à frente da capital paulista. Entre os nomes anunciados estão o de Marcos Cintra para a secretaria da Fazenda e Wilson Pollara para a Saúde.
Marçal trouxe mais detalhes de seu plano de governo, e anunciou uma redução no número de secretarias municipais. Das atuais 35 pastas, o candidato disse que se for eleito prefeito vai governar São Paulo com 24 secretarias.
Ele comentou a expulsão do debate realizado pelo Grupo Flow, na última segunda-feira (23), e disse não ter ofendido a honra de Ricardo Nunes (MDB) – em suas alegações finais, Marçal atacou o prefeito após ter sido advertido e acabou expulso.
“Se o PSDB afastar o Datena e o MDB afastar o Duda Lima, eu também afasto o [Nahuel] Medina. Eu reprovei essa agressão de ontem”, disse Marçal. Duda Lima é o marqueteiro da campanha de Nunes atingido por um soco desferido por Nahuel Medina.
“Hoje o Presidente da República tem menos importância que o prefeito de São Paulo”
Criticando os valores gastos pelas outras campanhas, Marçal disse que é o único candidato “com chance de vencer contra a máquina aparelhada pelo município, pelo estado e pelo governo federal”. Ele descartou desistir da campanha e afirmou “ter uma missão”.
“Eu não tenho o sonho de ser prefeito e nem presidente, eu tenho a missão de contribuir para essa cidade. Hoje o Presidente da República tem menos importância do que o prefeito de São Paulo. Eu não estou de brincadeira, não vou desistir. Quando essa cidade dá certo, o Brasil avança”, declarou.
Marcos Cintra foi anunciado por Marçal para a Fazenda
Anunciado por Marçal como secretário municipal da Fazenda, caso seja eleito, o economista Marcos Cintra é Cintra é ex-deputado federal e professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Cintra ganhou notoriedade ao propor o projeto do Imposto Único.
Ao comentar o pedido para compor um eventual governo, ele disse que é uma “honra enorme” e que “se apaixonou por Marçal”. Cintra afirmou que a prefeitura de São Paulo “está quebrada”, mas que é possível transformar a riqueza potencial em dinheiro.
Cintra comentou sobre seu histórico de participar da política “em grandes partidos, com grandes estruturas”, e classificou esse “sistema” como “ilusório”. O economista ainda disse que viu na candidatura independente de Marçal um exemplo de determinação do candidato.
“Ele conseguiu um partido, que não é lá o melhor dos partidos, mas ele conseguiu uma candidatura independente em um país onde os partidos políticos são cartórios. Se eles quiserem dar legenda a alguém eles dão, se não quiserem eles não dão. Ele conseguiu de um jeito que pode não ser o mais bonito, mais chique, mas hoje ele é um político com condições de assumir a joia da coroa da política brasileira”, reforçou.
Wilson Pollara foi anunciado por Marçal para a Saúde
Wilson Pollara, anunciado por Marçal como um possível futuro secretário municipal de Saúde, avaliou o fim das filas de atendimentos médicos como a prioridade para o futuro governo de São Paulo.
Pollara foi secretário municipal de Saúde de São Paulo na gestão de João Dória e era o titular da pasta da Saúde na prefeitura de Goiânia até julho deste ano. Ele foi afastado por três meses do cargo pelo Tribunal de Contas dos Municípios de Goiás (TCM-GO), sob a suspeita de “má-fé” na tentativa de contratar funcionários e ambulâncias para o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
Segundo a denúncia feita pelo Ministério Público de Contas (MPC), a Saúde de Goiânia tentou contratar sistema web, ambulâncias e recursos humanos para o Samu sem licitação. A justificativa seria a urgência no combate a uma epidemia de dengue.
Para os promotores, as contratações não poderiam ser feitas pela modalidade sem licitação. O Samu da capital goiana, segundo o MPC, já conta com um sistema próprio, o que afasta a necessidade de terceirização. A estrutura do serviço em Goiânia, reforçou o MPC, estaria adequada às recomendações do Ministério da Saúde, o que afastaria a necessidade de novas contratações.
Por fim, os promotores apontaram que a aquisição de novas ambulâncias, contratação de pessoal e de um novo sistema de gestão seriam desnecessários porque o Samu não teria uma atuação efetiva no combate à dengue no município.
Questionado sobre possíveis desgastes gerados pela indicação de Pollara, Marçal respondeu, ainda durante a coletiva, que “para quem quer governar, desgaste é café da manhã, almoço e jantar”. O candidato reforçou que se ficarem comprovadas quaisquer irregularidades durante a gestão de Pollara à frente da Saúde de Goiânia, seu nome será retirado da equipe de Marçal.
“Se eu ‘cheirar’ algum esquema dentro da prefeitura de São Paulo, não precisa nem da imprensa me cobrar. Eu vou tirar. ‘Ah, mas vai ter desgaste’. Deixa comigo, é o que eu mais gosto. Eu adoro um confronto”, finalizou.