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Malafaia surpreende ao criticar Bolsonaro em entrevista a Folha

“Que líder é esse? Sinal dúbio para o povo?”, questionou o pastor

O pastor Silas Malafaia surpreendeu a direita ao tecer críticas a Jair Bolsonaro (PL) em entrevistas a Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo e ao Estadão. Ele criticou a postura adotada pelo ex-presidente durante o primeiro turno das eleições 2024.

Malafaia classificou como “dúbio” o comportamento do ex-presidente para as eleições às prefeituras de São Paulo e de Curitiba, nas quais os prefeitos Ricardo Nunes (MDB) e Eduardo Pimentel (PSD), respectivamente, concorrem à reeleição com apoio do PL, que conta com as candidaturas a vice de cada chapa.

– Entra nas redes sociais de Bolsonaro e dos filhos dele. [Durante] Toda a campanha, não teve uma palavra de apoio ao Nunes. É como se a eleição de São Paulo não existisse. Que conversa é essa? Bolsonaro é um líder e eu continuo apoiando ele, mas errou estupidamente – afirmou o pastor ao Estadão nesta terça-feira (8).

– Que líder é esse? Sinal dúbio para o povo? Líder toma frente, líder dá a direção – disparou.

Em resposta, Fábio Wajngarten, assessor e advogado de Bolsonaro, disse que “roupa suja se lava em casa, e não em público”.

Na capital paulista, à revelia do acordo firmado entre PL e Ricardo Nunes (MDB), Pablo Marçal (PRTB) concorreu à prefeitura com adesão significativa entre o eleitorado de Jair Bolsonaro, segundo pesquisas eleitorais. Já na capital do Paraná, a principal candidata a rivalizar com Eduardo Pimentel (PSD), candidato oficial do ex-presidente, foi a jornalista Cristina Graeml (PMB) – que recebeu sinalização de Bolsonaro na reta final da campanha do primeiro turno.

– Se a gente é severo com a esquerda, se temos caráter, temos que ser sinceros [também] com aquilo que a gente apoia – afirmou Malafaia.

– Eu não deixei de apoiar Bolsonaro e de ter consideração por ele. Tenho tanta consideração que estou falando a verdade – completou.

Em entrevista a Mônica Bergamo, do jornal Folha de S.Paulo, Silas Malafaia considerou que o clã Bolsonaro foi “covarde” e “omisso” ao não apoiar enfaticamente candidatos com o apoio institucional do PL.

– Quem vai fazer aliança com um cara que não é confiável? O que ele fez em São Paulo e no Paraná foi uma vergonha – disse o pastor.

Questionado sobre as declarações de Malafaia, Wajngarten disse que “o presidente Bolsonaro fez o que tinha que ser feito, no momento certo, e foi decisivo para o cenário em São Paulo”.

– Se não fosse Bolsonaro, Ricardo Nunes não estaria no segundo turno. Assim como foram decisivos Tarcísio e Malafaia, cada um na sua função, como um time de futebol que não ganha só com atacantes. A fase agora é de distencionamento e, sem orgulho e vaidade, vamos juntos vencer a extrema-esquerda em São Paulo. 2026 já começou e precisamos ser mais racionais que emotivos – afirmou ao Estadão.

Em São Paulo, Ricardo Nunes vai disputar o segundo turno, no dia 27 de outubro, com Guilherme Boulos (PSOL) – candidato apoiado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O vice na chapa do atual prefeito é o coronel Ricardo Mello de Araújo, do PL de Bolsonaro.

Em Curitiba, Eduardo Pimentel e Cristina Graeml, concorrem ao comando da prefeitura. O vice na chapa de Pimentel é Paulo Martins, do PL.