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Mais de 250 ovos de titanossauro são descobertos em ninhos na Índia

Colônia de 92 ninhamentos de dinossauro cobertas por erupção vulcânica do Cretáceo inclui ovo raro contendo restos de um segundo ovo dentro dele

No final do período Cretáceo, a lava de uma erupção vulcânica nos basaltos de Decão, no centro-oeste da Índia, distrito de Dhar, teria coberto mais de 250 ovos de titanossauro, que foram recém-descobertos por pesquisadores.

O impressionante achado sugere ter existido mais titanossauros na Índia do que se pensava anteriormente — só havia então três espécies conhecidas no país. A novidade foi publicada nesta quinta-feira (18) na revista PLOS ONE e revela mais sobre a vida destes animais, que foram alguns dos maiores seres da Terra.

Havia pistas de 6 tipos diferentes de ovos na Formação Lameta, sendo que havia um contendo os restos de um segundo ovo dentro dele. Se confirmado, seria o primeiro exemplo dessa ocorrência não apenas em dinossauros, mas em répteis como um todo.

Isso sugere também que esses poderosos saurópodes podem ter se reproduzido de forma semelhante às aves modernas.

Em todo o distrito de Dhar, no estado de Madhya Pradesh, os pesquisadores encontraram 92 ninhos no estudo. Esses montes de terra provavelmente foram escavados do sedimento macio de uma planície de inundação há mais de 66 milhões de anos.

Segundo Guntupalli VR Prasa, coautor e líder da equipe, junto de ninhos de dinossauros de Jabalpur no leste e Balasinor no oeste, os novos locais de nidificação em Dhar cobrem um trecho leste-oeste de cerca de mil km. “Esta constitui uma das maiores incubadoras de dinossauros do mundo”, ele avalia, em comunicado.

Os ninhos estavam juntos, indicando que, embora os titanossauros possam ter criado as colônias de ovos, os pais podem não ter ficado por perto para cuidar dos filhos.

“Achamos que saurópodes como os titanossauros viviam em bandos por causa de suas pegadas e rastros preservados , e parece que eles também faziam ninhos juntos, como alguns pássaros”, diz Susannah Maidment, curadora do Museu de História Natural de Londres. “Sua estratégia de botar muitos ovos densamente agrupados não é comumente associada ao cuidado parental.”

Na ausência dos pais, os ovos precisariam ser aquecidos durante o período de incubação. Os cientistas não sabem ainda se eles foram enterrados sob a areia, como ocorre com tartarugas, ou sob material vegetal em decomposição como crocodilos.

A falta deste material preservado e a casca fragmentada nos ninhos sugerem que é mais provável que os ovos tenham sido enterrados na areia, pelo menos entre os titanossauros dos gêneros Jainosaurus e Isisaurus, que viviam no subcontinente.

Segundo Maidment, é possível que os ancestrais dos ornitísquios, um grupo de dinossauros contendo anquilossauros, estegossauros e tricerátops, não tivessem ovos com cascas duras. “No entanto, é difícil dizer se os ornitísquios perderam a capacidade de produzir ovos duros ou se outros dinossauros, como os saurópodes e os terópodes, a adquiriram”, ela avalia.

Os locais de nidificação recém-descobertos na Índia ajudam a adicionar mais evidências para os pesquisadores que investigam o processo de reprodução dos dinossauros. Mais pesquisas serão necessárias para confirmar se os ninhos foram feitos ao mesmo tempo.