Esta mãe não tinha a intenção inicial de matar o abusador, mas, as emoções falaram mais alto.
Ficar frente a frente com o pedófilo que abusou de seus 3 filhos deve ser uma explosão de sensações, sobretudo sentimentos ruins de raiva, revolta e vingança.
Mas, depois de ver o abusador de suas crianças pagar fiança e ir tranquilamente para casa, que ficava no mesmo prédio que a casa dela, foi demais para Sarah Sands.
Principalmente porque tudo começou com uma relação amigável, em que Sarah ficou com pena do idoso de 77 anos que parecia ser um vizinho amável e inofensivo.
O abusador chegou à casa Sarah se apresentando como Michael Pleasted e dizendo que vivia sozinho. Ele parecia um idoso comum, solitário e amigável, por isso, Sarah o chamou algumas vezes para jantar com sua família.
Um dia, já com um pouco de confiança, o homem chamou o filho de 12 anos de Sarah para ajudá-lo a levar alguns materiais para o lixo, atraindo o menino para a casa dele, em outro andar do mesmo prédio.
O menino foi, sem ter ideia de que aquele seria um dos piores dias de sua vida. Assim como muitas crianças molestadas, o menino não teve coragem de contar para a mãe logo quando o crime o
Isso deu tempo ao pedófilo para conseguir atrair os outros dois filhos de Sarah, irmãos gêmeos de 11 anos, para ajudá-lo em qualquer coisa também. Ele cometeu o mesmo crime contra os meninos.
Mas, para a surpresa do criminoso, os meninos não ficaram calados por muito tempo. Eles se encorajaram e contaram à mãe o que tinha acontecido, fazendo com que ela denunciasse o vizinho à polícia.
No entanto, como o homem não foi pego em flagrante, e mesmo os exames de corpo de delito mostrando que os meninos tinham realmente sido molestados, o criminoso ganhou o direito de pagar fiança e voltar para casa.
Ao saber do ocorrido, Sarah se encheu de raiva. Era injusto que um pedófilo que machucou seus 3 filhos pudesse ficar impune, morando no mesmo prédio que ela, como se nada tivesse acontecido.
Enraivecida, a mulher pegou uma faca e decidiu que iria dar um susto no criminoso. A primeira intenção dela era apenas essa, afinal, ela só conhecia o lado de um idoso frágil, que ela poderia machucar com facilidade.
Mas, ao chegar na porta do homem e proferir suas ameaças para que ele confessasse o crime e fosse preso, Sarah se surpreendeu. Michael nem parecia a mesma pessoa: ignorou as ameaças e mostrou sua verdadeira face macabra.
Durante a briga, Michael tentou segurar a mão que Sarah estava segurando a faca, mas com toda força de uma mãe protetora ela o venceu e o esfaqueou até a morte.
Um vizinho viu Sarah saindo do apartamento do idoso toda ensanguentada, e ela pediu para que ele não dissesse nada. Porém, a polícia foi acionada e Sarah foi levada para a cadeia. Apesar de tudo, ela parecia satisfeita, alegando que, agora, aquele pedófilo não poderia fazer mal a nenhuma criança.
O julgamento causou muita polêmica, já que muita gente defendia as ações da mãe, ou pelo menos a desculpava por compreenderem o sentimento dela e o instinto de proteção.
A promotoria queria homicídio doloso, mas, como o caso ficou famoso, eles aceitaram condená-la por homicídio culposo, devido às intensas emoções que sofria no momento do crime. Ela primeiramente foi condenada a 7 anos e meio de prisão, depois a pena foi diminuída pra 4 anos.
Os filhos ficaram sob a guarda de familiares enquanto a mãe estava presa e tudo isso foi traumático para eles. Depois de sofrerem abuso, tiveram que lidar com a ausência da mãe que estava presa. Mesmo assim, eles disseram estar aliviados pela morte do homem que os molestou e que não precisavam mais ter medo dele.
Durante as investigações foi descoberto que uma falha no sistema permitiu que este criminoso de longa data continuasse impune. Michael já havia sido condenado por 24 vezes pelo mesmo crime de pedofilia, mas com outro nome: Robin Moult.
Agora a mãe já está livre e luta para que mudanças de nome sejam mais rígidas, principalmente para quem comete crimes hediondos, como disse em uma entrevista à BBC.