Lula critica autonomia do Banco Central e a taxa de juros
Presidente considera a Selic, juros de 10,5% ao ano, “exagerada”
Nesta segunda-feira (1º), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reiterou suas críticas à gestão de Roberto Campos Neto à frente do Banco Central (BC). Em entrevista à Rádio Princesa, de Feira de Santana, Bahia, o petista contestou a autonomia operacional da autoridade monetária, aprovada pelo Congresso Nacional em 2021, durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Segundo Lula, quem deseja um Banco Central autônomo é o mercado financeiro. Para ele, o presidente da República deveria ter a prerrogativa de indicar o presidente do BC, como ocorria anteriormente.
– Quem quer o Banco Central autônomo é o mercado, que faz parte do Copom, que determina meta da inflação, que determina política de juros. Eu tive um Banco Central independente. O [Henrique] Meirelles ficou oito anos no meu governo e teve total independência para fazer ajustes sem que o presidente da República se metesse – disse Lula.
Lula também criticou a taxa Selic, fixada em 10,5% ao ano, considerando-a exagerada, e enfatizou sua obsessão por manter a inflação baixa, visando o poder aquisitivo dos trabalhadores.
– Agora, o que não pode é ter um Banco Central que não está combinando adequadamente com aquilo que é o desejo da nação. Nós não precisamos ter política de juros alto nesse momento. A taxa Selic está exagerada. A inflação está controlada.