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Jovem de 27 anos faz a ligação das trompas: “Não odeio crianças, só não quero ser mãe”

Desde pequena ela não queria ter filhos e se sentia deslocada por isso. Aos 11 anos, via as colegas escolhendo o nome, gênero e quantidade de filhos, enquanto ela achava que nunca precisaria fazer isso. Conheça a história de Belén Álvarez que – como muitas outras mulheres – optou por não engravidar.

Preconceito, julgamento e a libertação

Os colegas e familiares sempre estranhavam a postura de Belén. Apesar de adorar crianças, ela nunca teve vontade de ser mãe. Consequentemente, sentia o preconceito com suas ideias, como se estivesse sendo julgada e condenada apenas por pensar diferente da maioria (na sua época). Hoje é muito mais comum ver mulheres optando por não engravidar, mas não na sua adolescência.

Foi no ensino médio que sua mente se libertou do que os outros pensavam. Ela tinha uma professora na casa dos 70 anos que era super vivida, tinha viajado muito e incentivava o crescimento das meninas. Um colega comentou que tinha pena do fato dela não ter filhos e sua resposta foi uma porta para novas ideias.

A professora disse que não teve filhos por escolha, da mesma forma que não casou porque não quis. Dançarina, professora e divertida, ela teve muitas oportunidades, mas recusou. E ainda acrescentou: ela foi – e continua – sendo muito feliz dessa forma. Para Belén foi como se sua cabeça explodisse. “É o estilo de vida que eu quero”, pensou.

Ligadura de trompas e o direito de escolher

Aos 27 anos, depois de 9 anos de tentativa, ela conseguiu fazer a ligadura de trompas. Todos os seus namorados souberam que ela não queria ter filhos, inclusive um que passou 6 anos em sua vida. Suas tias sempre diziam que uma hora ela ia “sentir o chamado”. Até os lojistas do bairro perguntavam se tinha algo errado com ela, por não ter engravidado ainda.

Com uma opinião forte sobre o tema, Belén desabafa: “a sociedade não está acostumada com uma mulher decidindo sobre seu corpo. É como se o corpo da mulher fosse de domínio público, todos podem ter uma opinião, todos podem tocar . E acho que é aí que está a questão, o corpo é propriedade privada e a decisão de ter ou não filhos cabe a cada um.”