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Jovem com ‘pior dor do mundo’ inicia novo tratamento, mas não desiste da eutanásia

Carolina é casada e tem uma filha, e convive há 11 anos com uma doença chamada neuralgia do trigêmeo, considerada “a pior dor do mundo” pela Medicina.

Após publicar a vaquinha para arrecadar R$ 150 mil, a história da jovem chegou até o médico Carlos Marcelo, presidente da SBED (Sociedade Brasileira para Estudos da Dor), e ela foi internada para começar um novo tratamento.

“Hoje eu só tô aqui internada com o melhor médico especialista em dor do Brasil, porque vocês me ajudaram, compartilhando a minha história”, agradeceu Carolina pelo seu perfil do Instagram.

A expectativa com o tratamento é que a dor amenize. Segundo Carolina, o médico vai “reiniciar” o cérebro dela, ou seja, vai deixá-la inconsciente para que ele descanse das crises dolorosas.

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“Ele disse que o meu tratamento vai durar meses, não é uma questão que vai provar resultados agora. Então, nem eu, nem as pessoas, devem ficar ansiosas por isso”, esclareceu.

Além disso, Carolina vai refazer todos os exames que já fez para chegar até o diagnóstico de Neuralgia do Trigêmeo, para que Carlos Marcelo analise.

Devido à ‘pior dor do mundo’, ela não desistiu da eutanásia

Apesar do novo tratamento, Carolina afirmou que não desistiu da eutanásia.

“É um processo extremamente burocrático e longo. Então, eu ainda tenho que fazer todos os trâmites de documentação, tradução do documento, juntar os laudos. Depois disso, ainda tenho que passar por, pelo menos, dois psiquiatras que confirmem que eu não estou fazendo nada por impulso. Todo o processo demora uns dois anos, nesse período de tempo quero ficar com o mínimo de dor possível, por isso que estou tentando o tratamento”, completou a jovem.

A vida antes de escolher a eutanásia

Carolina é de Bambuí, em Minas Gerais, e relatou que era uma jovem cheia de vida e sonhos antes de ser afetada pelas crises dolorosas da doença.

Ela afirmou que sempre gostou de ler, estudar e fazer atividades físicas, além de ser apaixonada por animais. Por isso, começou a estudar Medicina Veterinária.

“Eu queria seguir uma carreira que me permitisse ajudar aos animais, algo pelo qual sou muito apaixonada. No entanto, a dor constante tirou de mim a capacidade de fazer essas coisas, transformando meus dias em uma luta contínua”, lamentou.

O que é neuralgia do trigêmeo?

Também chamada de nevralgia trigeminal, a neuralgia do trigêmeo é um tipo de síndrome extremamente dolorosa, caracterizada por dores no rosto que se parecem com choques elétricos, ou dor em fortes pontadas.

A condição é crônica que afeta o trigêmeo ou quinto nervo craniano, um dos nervos mais densos e ramificados de todo o corpo, que fica na região da face.

As dores surgem em crises que podem surgir em intervalos curtos e durar até duas horas.

A neuralgia do trigêmeo é mais comum em mulheres do que em homens e ocorre com mais frequência em pessoas com mais de 50 anos, mas pode ocorrer em qualquer idade.

A incidência de novos casos é de aproximadamente 12 por 100.000 pessoas por ano.

“É comparável a choques elétricos equivalentes ao triplo da carga de uma rede 220 volts, que atravessam meu rosto constantemente, sem aviso e sem trégua. Infelizmente, a minha situação é ainda mais complicada porque é bilateral – ou seja, afeta ambos os lados do meu rosto”, relatou Caroline.