“Nenhum interruptor elétrico será acionado, nenhum hidrante será aberto e nenhum caminhão de combustível”, declara o ministro da energia
Na manhã desta quinta-feira (12), o Governo de Israel declarou que manterá o cerco à Faixa de Gaza até que todos os reféns sejam libertados pelo grupo islâmico Hamas. O comunicado foi feito em resposta ao pedido da Cruz Vermelha para a entrada de combustível, visando evitar a superlotação nos hospitais.
Israel também anunciou a intenção de erradicar o movimento Hamas da Faixa de Gaza, como resposta a um ataque considerado um dos mais mortais contra civis judeus desde o período do Holocausto.
No último sábado (7), homens armados vindos da Faixa de Gaza invadiram Israel por terra, ar e mar. Em resposta a esse ataque, o primeiro-ministro israelense declarou guerra ao Hamas.
O grupo islâmico, que controla a Faixa de Gaza desde 2007, é uma das principais organizações armadas da Palestina e é considerado terrorista por países como Estados Unidos e Reino Unido, embora receba apoio do Irã.
Segundo a emissora Kan, o número de mortos israelenses aumentou para mais de 1,3 mil desde o início do confronto até o momento.
Em um comunicado, o diretor do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), Fabrizio Carboni, alertou que o combustível que alimenta os geradores de emergência está no limite, podendo esgotar a qualquer momento.
“A miséria humana causada por essa escalada é abominável, e eu imploro às partes que reduzam o sofrimento dos civis”, disse ele.
“À medida que Gaza perde energia, os hospitais perdem energia, colocando em risco os recém-nascidos em incubadoras e os pacientes idosos que precisam de oxigênio. A diálise renal é interrompida e os raios X não podem ser feitos. Sem eletricidade, os hospitais correm o risco de se transformar em necrotéros”, completou Fabrizio.
Em contrapartida, o ministro israelense da Energia, Israel Katz, afirmou que manterá a decisão de não fornecer combustível e alimentos até que os reféns sejam liberados: “Ajuda humanitária para Gaza? Nenhum interruptor elétrico será levantado, nenhum hidrante será aberto e nenhum caminhão de combustível entrará até que os reféns israelenses voltem para casa”.