Foi encontrado, na Bulgária, o corpo de um homem em estado de mumificação completa apenas 16 dias após a última vez em que foi visto vivo. Além de ser uma ocorrência rara, a curiosidade é um enorme mistério, já que o clima e o tempo decorrido não teriam sido suficientes para preservar o cadáver tão bem assim.
Segundo descrições dos especialistas forenses que examinaram os restos mortais do búlgaro, seus órgãos estavam amontoados em massas secas e desestruturadas, ficando minúsculos enquanto a pele atingia um estado de preservação ímpar. O corpo foi encontrado próximo a uma linha de trem em Sófia, capital do país, no dia 3 de setembro deste ano. O homem tinha 34 anos e um histórico de alcoolismo.
A quase impossível mumificação búlgara
Descrevendo mais a fundo a condição do corpo, os autores do estudo de caso sobre a mumificação afirmam que a pele estava com uma coloração que ia do marrom-claro ao escuro, textura dura e encouraçada. Internamente, os órgãos nas caixas craniana, torácica e abdominal se decompuseram em uma massa marrom-escurecida seca, com membranas ainda em decomposição.
No artigo científico, é possível conferir a mumificação natural por fotos, mas vale salientar que o conteúdo pode atormentar pessoas sensíveis, visto que mostra partes internas e externas do cadáver em questão.
Na imagem abaixo, é possível ter uma noção do processo natural de mumificação do homem, cuja cabeça ficou curiosamente preservada ao tempo e agentes decompositores:
Cabeça preservada do búlgaro de 34 anos, cuja rápida mumificação é um grande mistério para os especialistas (Imagem: Mileva B, Tsranchev I, Georgieva M, et al./Cureus)
Segundo os pesquisadores, a mumificação é um processo demorado, podendo durar diversas semanas ou até de seis a 12 meses, motivo pelo qual mostraram espanto com a preservação “relâmpago” do sujeito, durando apenas duas semanas. Normalmente, para que isso aconteça, é necessário que o clima esteja extremamente quente e seco, com temperaturas diurnas de 30 °C para cima e umidade relativa do ar abaixo de 50%.
Além disso, os níveis de radiação solar devem estar a cerca de 600 Watts por metro quadrado, e a velocidade do vento deve estar em torno de 32 km/H para ajudar no processo.
Durante os aproximadamente 16 dias desde a morte do sujeito e a descoberta de seu corpo, a temperatura em Sófia esteve entre 16 °C e 33 °C, abaixo do necessário para transformar o corpo em múmia, e a umidade relativa do ar estava a 52%, ou seja, úmido demais. A radiação solar ficou numa média de 257,9 Watts por metro quadrado, e o vento também estava baixo, embora a passagem de trens possa ter ajudado a secar e endurecer a pele ao invés de apodrecer.
Fonte: Cureus