MundoNotícias

Hamas confirma morte de Yahya Sinwar e fala em vingança

Confirmação foi realizada por Khalil al-Hayya, um membro do alto escalão do grupo terrorista

O grupo terrorista Hamas confirmou, nesta sexta-feira (18), a morte do número 1 da milícia, Yahya Sinwar, mentor dos ataques contra Israel em 7 de outubro do ano passado que resultaram na morte de cerca de 1.200 pessoas. Este foi o primeiro pronunciamento feito pelo Hamas sobre o assunto após Israel confirmar a morte do chefe do grupo.

A confirmação da morte de Sinwar foi realizada por Khalil al-Hayya, um membro do alto escalão do grupo terrorista, já que a milícia está sem comando atualmente. O terrorista, que é vice-líder do Hamas no Catar, afirmou que o grupo continuará lutando e prometeu vingança, afirmando que eles não devolverão os reféns em seu poder enquanto a guerra em Gaza não acabar.

– Esses prisioneiros não retornarão a vocês antes do fim da agressão a Gaza e da retirada de Gaza – declarou.

Al-Hayya é um dos dos nomes cotados para substituir Sinwar na chefia do grupo terrorista. Ele liderou a delegação do Hamas durante várias rodadas de negociações de um cessar-fogo no Catar, mediadas pelos Estados Unidos, Catar e Egito.

SOBRE A MORTE DE YAHYA SINWAR

A morte de Sinwar ocorreu em um confronto entre tropas de infantaria de Israel e combatentes do Hamas durante uma patrulha de rotina na tarde da última quarta (16) em Rafah, no extremo sul da Faixa de Gaza, informou a imprensa israelense, citando fontes militares.

As Forças de Defesa de Israel (FDI) informaram, nesta quinta (17), que, durante suas operações militares no enclave, sem especificar quando ou onde, mataram “três terroristas” e estavam confirmando se um deles era Sinwar, enquanto garantiam que não havia reféns israelenses na área.

Enquanto Israel aguardava os resultados do DNA que confirmariam a morte, o ministro da Defesa, Yoav Gallant, publicou em sua conta na rede social X uma imagem com os rostos riscados dos mortos Hassan Nasrallah e Mohamed Deif, líder do Hezbollah e chefe militar do Hamas, respectivamente, com um retângulo preto, levantando o ponto de interrogação sobre Sinwar.

– Vocês perseguirão os seus inimigos, e eles cairão à espada diante de vocês. Nossos inimigos não podem se esconder. Nós os perseguiremos e os eliminaremos – escreveu Gallant, citando trechos do capítulo 26 do livro bíblico de Levítico.

Nascido em um campo de refugiados na cidade de Khan Younis, no sul do enclave, Sinwar foi eleito líder do Hamas em Gaza em 2017, depois de construir uma reputação de inimigo ferrenho de Israel e, em 6 de agosto – após o assassinato em Teerã do então chefe do escritório político, Ismail Haniyeh -, foi escolhido para o posto mais alto no organograma do grupo terrorista.

Sinwar representava a linha mais dura e beligerante do grupo e era considerado por Israel o mentor dos ataques de 7 de outubro de 2023 em território israelense, nos quais cerca de 1.200 pessoas foram mortas e outras 250 sequestradas, tornando-o o homem mais procurado pelo Estado judeu desde então.

Yahya Sinwar teria planejado os ataques de 7 de outubro do ano passado junto com o chefe das Brigadas al Qassam, o braço armado do Hamas, Mohamed Deif, que foi morto em um ataque israelense em junho em Mawasi, no sul da Faixa de Gaza.