Vendedor de 48 anos alega que é primogênito do apresentador e entra na disputa por herança de R$ 1 bilhão; teste de DNA será feito, em breve
Caso seja comprovado que o vendedor de automóveis Ricardo Rocha, de 48 anos, é filho de Gugu Liberato — em breve, será realizado um teste de DNA —, um fato até então desconhecido na vida do apresentador mudará os rumos do processo judicial que definirá o destino da herança de R$ 1 bilhão deixada por ele. Na versão sustentada por Ricardo Rocha, o comunicador teria 14 anos quando se relacionou com sua mãe e o gerou.
Filhas de Gugu falam sobre suposto irmão
Filhas de Gugu Liberato e Rose Di Miriam, as gêmeas Marina e Sofia Liberato, de 19 anos, consideram muito improvável que Ricardo Rocha seja filho do apresentador. As duas dizem que não veem sentido no fato. “Acho um pouco absurdo, porque esse cara é um pouco mais velho, né? E meu pai teria 14 anos (na época de seu nascimento), se isso realmente aconteceu. Ter outro filho? Acho um pouquinho difícil ter acontecido (risos)”, afirmou Sofia, em entrevista ao “Fantástico”, da TV Globo.
O que muda se for comprovado que Ricardo Rocha é filho de Gugu?
Dois cenários são possíveis caso Ricardo Rocha comprove a paternidade do apresentador. Caso ele seja mesmo o primogênito de Gugu, os 50% da herança chamados de “parte legítima” serão divididos entre Augusto, Marina e Sofia — todos frutos da antiga relação com Rose Di Miriam — e também Ricardo. A divisão dos sobrinhos, para quem Gugu deixou 25% de seu patrimônio, permanecerá igual por serem herdeiros testamentários. Mas se ficar comprovado que Gugu não sabia que era pai de Ricardo Rocha, o testamento pode ser anulado, com os quatro filhos dividindo a totalidade dos 100% do patrimônio.
“É lógico que a gente não queria que nada disso tivesse acontecendo. Mas a gente acha que era necessário ter tido a audiência, para a gente resolver tudo esclarecendo a verdade”, afirma Sofia Liberato, que, ao lado da irmã Marina, se posiciona ao lado da mãe no tribunal. Ambas defendem que Rose Di Miriam deva ser incluída no testamento. Já o irmão João Augusto defende o contrário: ao lado da tia, Aparecida Liberato, o jovem de 21 anos sustenta que a vontade do pai deva ser cumprida.
Quem é o suposto novo filho de Gugu?
Dono de uma concessionária que vende carros de alto padrão, Ricardo Rocha comercializa, há anos, automóveis de marcas famosas, como Porsche, Land Rover e BMW. Sua loja está localizada na região de Pirituba, na Zona Norte de São Paulo, e atualmente ele estaria viajando, segundo funcionários do estabelecimento.
A figura de Ricardo Rocha ficou conhecida depois da última quarta-feira (21), quando aconteceu mais uma audiência para decidir se Rose Mirian teve (ou não) uma união estável com Gugu Liberato e, portanto, se tem direito à herança do apresentador.
Durante a sessão, veio a novidade. Os familiares foram avisados ali mesmo de que um oficial de Justiça estava no local para entregar a eles uma intimação. Assim, os quatro souberam que existia uma ação de investigação de paternidade “post mortem” contra Gugu Liberato, e que se tratava de Ricardo. O comerciante pede, no documento, o que lhe caberia na herança caso se prove que ele é, mesmo, irmão dos herdeiros já reconhecidos.
Para provar que também é filho de Gugu, ele solicita que os supostos parentes se submetam a exame de DNA. Caso se neguem, pede que o corpo do apresentador seja exumado para realização do teste.
Em nota, o advogado de Marina e Sofia Liberato, Nelson Wilians, diz que ainda está se inteirando sobre a ação de investigação de paternidade, mas não vê motivos para suas clientes não fazerem o teste de DNA.
“A princípio não há motivo de suas clientes se recusarem a colaborar com um pedido de realização de exame de DNA, caso seja pertinente perante a lei”, esclarece a nota.
Detalhes de um passado desconhecido
Segundo a intimação, a mãe de Ricardo, identificada como Otacília Gomes da Silva, teria conhecido “Antonio Augusto Moraes Liberato (o notório apresentador de televisão ‘Gugu Liberato’)” no segundo semestre de 1973, “em uma padaria que existia na rua Aimberê, no 458, bairro de Perdizes, nesta capital”. A petição informa que “a genitora” trabalhava como babá e empregada doméstica “na residência de uma família nipônica” que morava ao lado da panificadora.
Ela ia diariamente à padaria, “oportunidade em que se encontrava com Antonio Augusto que, muito comunicativo, a flertava e, com o passar do tempo houve a evolução da amizade, alguns passeios, culminando em relacionamento íntimo entre eles”. Em 1974, depois de passar férias com a família para a qual trabalhava no litoral paulista, ela retornou e “constatou a gravidez”.
Otacília teria procurado Gugu para “lhe informar a novidade”. Mas “este não mais foi encontrado naquele comércio, perdendo totalmente o contato”. Quando Gugu iniciou sua carreira televisiva, diz a intimação, o adolescente começou a acompanhá-lo à distância, mas “entendeu protelar a busca do reconhecimento da paternidade para o futuro”. Com a morte de Gugu e a disputa pela herança, Ricardo teria decidido buscar seus direitos, movendo a ação de paternidade.