Esplanada Serviços Terceirizados LTDA teria ligação com grupo suspeito de fraudar licitações

Esplanada Serviços Terceirizados LTDA teria ligação com grupo suspeito de fraudar licitações
Uma empresa de terceirização investigada pela Polícia Federal (PF) e pela Controladoria-Geral da União (CGU) por suspeita de fraudes em licitações do governo federal firmou um contrato de R$ 328 milhões com o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) do governo Lula (PT). O certame, considerado um dos maiores do setor, prevê a contratação de 1.216 funcionários terceirizados para 12 ministérios.
A Esplanada Serviços Terceirizados LTDA., que assinará o contrato em questão, é suspeita de fazer parte de um grupo de empresas que simulavam concorrência e fraudavam licitações para obter contratos com o poder público. A companhia, por sinal, chegou a ser alvo de mandado de busca e apreensão em 11 de fevereiro deste ano, no âmbito da Operação Dissímulo, deflagrada pela PF e pela CGU.
No dia 21 de fevereiro, apenas dez dias após a ação policial, o Ministério da Gestão decidiu aceitar a proposta da Esplanada. No final do mês de março, a pasta negou recursos das concorrentes para desabilitar a empresa e manteve a companhia no processo licitatório de R$ 328 milhões.
Além de ter sido alvo da ação da PF, alguns indícios apontam para uma ligação entre a Esplanada e o grupo suspeito de fraudar licitações no setor de terceirização. Um deles é que a empresa entregou panetones caracterizados com o busto do ex-deputado distrital e policial civil aposentado Carlos Tabanez, apontado com um dos donos da R7 Facilities, principal implicada na Operação Dissímulo.
A R7, por sinal, chegou a ser habilitada na licitação de R$ 328 milhões, mas foi desclassificada. De acordo com o Ministério da Gestão, a empresa não teria capacidade de arcar com os custos para a prestação do serviço. Além disso, o governo disse ter desclassificado a companhia por falta de comprovação para utilização da desoneração da folha de pagamento na formulação dos preços ofertados.
Outro fator que chama a atenção na relação entre a Esplanada e a R7 seria justamente o fato de que, mesmo tendo ficado em segundo lugar na licitação, a Esplanada não apresentou recurso na tentativa de desabilitar a concorrente. O dono da Esplanada Serviços, André Luis Silva de Oliveira, nega relação comercial com a R7 Facilities.
Ao comentar a operação da PF, André descreveu que os agentes “apreenderam meia dúzia de celulares comerciais da empresa” e levaram o computador de sua sala. O empresário afirmou ainda que deve nada a ninguém e que “não tem nada a esconder”.
– Pode ir lá, pode pegar… até meu celular pessoal eu não troquei. Eu não devo nada. Eu não tenho conluio com essa turma – ressaltou, fazendo referência ao grupo de empresas investigado pela PF.
Já o Ministério da Gestão disse, em nota, “que conduz seus processos licitatórios em total conformidade com a legislação vigente” e que “toda a documentação apresentada pela empresa Esplanada Serviços Terceirizados LTDA. foi analisada rigorosamente, com base nos requisitos previstos no edital e na legislação aplicável”.
– Além disso, a Administração adotou todas as cautelas necessárias previamente à homologação, tendo sido verificado cuidadosamente que não há processo administrativo sancionador ou quaisquer outras penalidades ou medidas que impeçam a homologação da licitação em favor da referida empresa. Assim, tendo sido cumpridas pela licitante todas as exigências previstas no edital, o MGI não poderia adotar decisão contrária ao ritual da contratação, nos termos previstos na lei – declarou.
Fonte: Pleno News