Esquema envolvia instituições de ensino e beneficiava servidores públicos

Esquema envolvia instituições de ensino e beneficiava servidores públicos
Uma investigação conduzida pelo Ministério Público (MP) resultou na prisão de quatro pessoas suspeitas de vender 50 mil diplomas falsos e milhares de carteirinhas de estudante em todo o Brasil. O esquema operava por meio de duas instituições de ensino, as escolas Escon e Fajon, que emitiam certificados de centenas de horas de aula sem que os alunos tivessem, de fato, cumprido a carga horária.
A reportagem exibida pelo Fantástico neste fim de semana revelou que as investigações do MP começaram em uma cidade do interior de Goiás, com apenas 3 mil habitantes, onde cerca de 114 funcionários da prefeitura possuíam certificados obtidos por meio dos cursos online. Já no município de Perolândia, qualquer servidor que apresentasse um diploma de pelo menos 180 horas tinha direito a um aumento salarial de 30%.
“O que nos chamou atenção foi a quantidade de diplomas protocolados, ainda mais sendo da mesma instituição de ensino. Falei: ‘Tem alguma coisa errada aí’”, disse um servidor público à Globo.
“Um ou outro me perguntou: ‘Quantas horas eu preciso para ganhar 30%?’, que é o máximo que a gente paga. [Eu respondia:] ‘1.080 horas’. Aí me pediam hoje, e amanhã já chegavam com os certificados”, relatou outro funcionário.
O MP ouviu depoimentos de servidores que admitiram ter comprado diplomas falsos por valores a partir de R$ 25.
“A maioria dos funcionários já tinha feito. Aí eu pensei: ‘Vou fazer também, todo mundo fez.’ […] Para mim, era uma chance de ter um aumentinho, mas não foi de má-fé”, afirmou um dos depoentes.