Gato-palheiro raro é encontrado no Parque Nacional das Emas
O avistamento da espécie é difícil de ocorrer por ser um felino raro e de pequeno porte
Encontrar um gato-palheiro de pelagem escura (melânico) não é fácil, mas no último dia 27 de setembro dois servidores públicos tiveram a sorte de avistarem a espécie. O registro ocorreu no Parque Nacional das Emas, em Goiás, sendo o primeiro no local.
O analista ambiental do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) Kennedy Borges foi a primeira pessoa a avistar o gato-palheiro e tirar uma foto. Ao G1, ele conta que estava a mais de 60 m de distância e para fotografar o animal teve de se deitar no chão e fazer um “pseudo-tripé com o tronco e braços”.
No mesmo dia, o também analista ambiental Raphael Ribeiro Francisco fotografou o animal em outro ponto do Parque. Até o momento, não há estimativa da população de animais que ocupam a Unidade de Conservação.
Gato-palheiro
O avistamento de gatos-palheiros é difícil de ocorrer por se tratar de felino raro e de pequeno porte. São animais que alcançam de 3 a 5 kg, se alimentam de presas que conseguem capturar com saltos, em especial roedores, lagartos e aves.
Diferentes espécies de gatos-palheiros estão espalhadas pelo continente sul-americano, ao total existem cinco espécies atualmente reconhecidas pela ciência. A que ocorre no Parque Nacional das Emas é a espécie Leopardus braccatus. Algumas fotografias da espécie já haviam sido registradas no parque, no entanto, com a pelagem característica do melanismo foi a primeira vez.
O melanismo é uma característica genética que diferencia os gatos-palheiros fisicamente – que é uma maior deposição de melanina que torna os pelos pretos. Animais com melanismo são mais raros na natureza e ocorrem em outras espécies também, como as onças-pintadas, por exemplo.
Além da Leopardus braccatus, encontrada na região central do país (biomas Cerrado e Pantanal), é possível avistar no Brasil o Leopardus munoai no sul do país (bioma Pampa). O status de conservação destas espécies que habitam no país, segundo o ICMBio, indica situação perigosa para Leopardus braccatus e crítica para Leopardus munoai.
As maiores ameaças à espécie são os atropelamentos e a perda de habitat.