Fábrica no RN inicia produção de roupas para a Shein em julho
Segundo Marcelo Claure, da Shein, expectativa é que chinesa passe a produzir em duas mil fábricas brasileiras, gerando 100 mil empregos
O presidente da Coteminas, Josué Gomes, revelou hoje que uma fábrica no Rio Grande do Norte iniciará a produção de peças de roupa que serão comercializadas pela empresa de e-commerce chinesa Shein a partir de julho.
O anúncio ocorreu após uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio do Planalto. Estiveram presentes também a governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra, o chefe da Shein na América Latina, Marcelo Claure, e os ministros Rui Costa (Casa Civil) e Alexandre Padilha (Secretaria de Relações Institucionais).
“Viemos aqui com a governadora Fátima porque estaremos começando agora, no mês de julho, a produção de peças do vestuário para o mercado doméstico nacional brasileiro e para toda a região através do Rio Grande do Norte”, disse Gomes.
Ele acrescentou que a produção será realizada em uma fábrica localizada em Macaíba e terá como foco inicial a confecção de jeans e malhas de algodão. Não foram fornecidos dados sobre a produção no estado.
Segundo Marcelo Claure, da Shein, a previsão é que a empresa chinesa comece a produzir em duas mil fábricas brasileiras, o que poderia resultar na criação de 100 mil empregos no país. A implementação dessa proposta ainda não tem um prazo definido, mas deve envolver um investimento de aproximadamente US$ 150 milhões.
Em abril, a Shein anunciou um investimento de R$ 750 milhões no Brasil nos próximos anos, com o objetivo de criar uma rede com milhares de fabricantes do setor têxtil do país.
Shein
A principal atividade da Shein é a venda por meio de seu aplicativo, que em 2021 foi um dos mais baixados em todo o mundo. De acordo com um relatório do BTG Pactual, somente no Brasil, a empresa faturou mais de US$ 2 bilhões em 2022. No mesmo ano, o aplicativo foi o mais baixado na indústria da moda no país, com 23,8 milhões de downloads.
O modelo de negócios da Shein se concentra em roupas e acessórios, que são lançados no aplicativo. Conforme a demanda por um determinado produto aumenta, a empresa passa a fabricar mais unidades das peças que tiveram uma alta demanda de compras.
No entanto, devido à grande quantidade de lançamentos de produtos em curtos períodos de tempo, a Shein tem enfrentado críticas de consumidores preocupados com questões ambientais. O processo de fabricação de roupas, especialmente em larga escala, pode causar impactos significativos no meio ambiente.
Além disso, há críticas relacionadas à falta de transparência em relação às condições de trabalho da empresa. A Shein enfrenta suspeitas de envolvimento com trabalho escravo, o que tem gerado preocupações sobre a ética e a responsabilidade social da companhia.