Estudo liga a perda de olfato à depressão; entenda
A perda do olfato pode ser um indicador de que uma pessoa está sofrendo de problemas de saúde mental
Um sinal de que alguém está sofrendo com depressão pode estar na perda da capacidade de sentir cheiros. Estudos já indicavam que a perda do olfato tem ligação com doenças, incluindo Alzheimer e demência. E agora uma pesquisa recente sugere que um olfato ruim também é um indicador de depressão.
A descoberta foi feita por cientistas da John Hopkins Medicine, nos Estados Unidos. Segundo a observação, quanto pior a capacidade de olfato, geralmente pior é a saúde mental da pessoa. Embora a perda do olfato não cause depressão, pode ser um forte indicador de que alguém está em estado de depressão.
Estudo descobre que quem tem perda significativa do olfato tem maior risco de desenvolver depressão
A depressão é muito mais do que tristeza. Essa última tende a ser passageira, geralmente, despertada por algum evento, como morte ou fim de relacionamento. Já a depressão trata-se de uma doença psiquiátrica de caráter crônico e com crises recorrentes.
O olfato é o resultado de células sensoriais no nariz captando moléculas liberadas por substâncias no ar e retransmitidas de volta ao cérebro para interpretação.
“Perder o olfato influencia muitos aspectos de nossa saúde e comportamento, como sentir comida estragada ou gases nocivos e o prazer de comer. Agora podemos ver que também pode ser um importante indicador de vulnerabilidade de algo errado em sua saúde”, explicou o professor Vidya Kamath no estudo. “O olfato é uma maneira importante de nos envolvermos com o mundo ao nosso redor, e este estudo mostra que pode ser um sinal de alerta para a depressão na velhice.”
Detalhes do estudo
O estudo também analisou as possíveis razões por trás da ligação entre o olfato e a depressão, como “má cognição e inflamação”. Mais de 2.000 idosos com idades entre 70 e 73 anos no início do período de estudo participaram da pesquisa durante um período de oito anos.
Os participantes não mostraram dificuldades em caminhar, subir escada ou realizar atividades normais no início do estudo. Os pesquisadores avaliavam o grupo pessoalmente uma vez por ano e a cada seis meses por telefone. Os testes incluíram avaliação da capacidade de detectar certos odores, depressão e avaliações de mobilidade.
As descobertas foram publicadas em 26 de junho no Journal of Gerontology: Medical Sciences.
Quando o olfato foi medido pela primeira vez, 48% dos participantes apresentavam um olfato normal, 28% apresentavam uma diminuição do olfato, conhecida como hiposmia, e 24% apresentavam uma perda profunda do sentido, conhecida como anosmia.
Os participantes com melhor olfato tendiam a ser mais jovens do que aqueles que relatavam perda significativa ou hiposmia.
Durante o acompanhamento, 25% dos participantes desenvolveram sintomas depressivos significativos. Quando analisados mais a fundo, os pesquisadores descobriram que os indivíduos com diminuição ou perda significativa do olfato tinham maior risco de desenvolver sintomas depressivos significativos no acompanhamento do que aqueles no grupo de olfato normal.