Especialista acredita que submarino desaparecido esteja preso nos destroços do Titanic
Submarino que desapareceu ao visitar o Titanic
As equipes de resgate estão em busca do submarino que desapareceu na segunda-feira (19) durante uma visita aos destroços do Titanic. O submarino chamado Titan, pertencente à empresa OceanGate, está com cinco tripulantes a bordo. Uma operação internacional de urgência está em andamento para localizar a embarcação antes que seu suprimento de oxigênio de emergência, com duração de 96 horas, se esgote.
Navios e aviões dos Estados Unidos e do Canadá estão concentrados aproximadamente a 1.450 km a leste de Cape Cod, lançando “boias de sonar” no oceano. Esses equipamentos têm a capacidade de monitorar movimentos em profundidades de até 3.962 metros. Apesar da tecnologia avançada, a busca não será fácil.
O ex-almirante da Marinha Real, Chirs Parry, falou com a Sky News sobre as dificuldades de resgatar com segurança as cinco pessoas a bordo. “O problema básico é que não parece haver um sinal de socorro transmitido pelo submersível Titan”, afirmou.
Isso significa que a tecnologia de resgate, que depende de sinais emitidos por embarcações em perigo, semelhante à localização da caixa-preta de uma aeronave, terá dificuldades para encontrá-lo.
Uma busca na região oceânica onde o Titanic afundou, a uma profundidade de aproximadamente 3.810 metros, exigirá o uso de uma embarcação submersível especializada, como um veículo operado remotamente (ROV).
“Mesmo com o ROV não é fácil. Lá embaixo é completamente escuro, e você também tem muita lama e outros detritos sendo levantados pelos propulsores”, disse Parry. “E você só enxerga cerca de 6 metros à frente com as luzes de busca”, acrescentou.
“O Titanic é um navio grande, então, se você começar em uma extremidade, terá de voltar rapidamente”, explicou. Seriam necessárias várias viagens de ida e volta até os destroços para cobrir toda a área, uma vez que é impossível visualizar todo o perímetro de uma vez.
Além disso, existe um campo de destroços ao redor do Titanic, o que resulta em um leito do mar irregular e cheio de obstáculos. Parry, ex-comandante da Otan e da Marinha, relatou que o Titan desapareceu em “condições adversas”.
“Lá embaixo, você não está lidando com o clima. O que você enfrenta são correntes oceânicas muito fortes, que o empurram.” Ele acrescentou que o submersível pode ter sido arrastado pelo fundo do mar devido à força dessas correntes a essa profundidade.
“É semelhante ao espaço, com o mesmo grau de perigo e os mesmos problemas”, afirmou. Ele sugeriu que um veículo com um guindaste ou capacidade de agarrar, ou algum outro método de se fixar ao casco, seria necessário. Se o submarino ainda estiver nos destroços, é provável que esteja preso, concluiu Parry.
Frank Owen, um oficial aposentado da Marinha australiana e especialista em resgate de submarinos, concordou com o ex-comandante. Em uma entrevista à Sky News, ele reiterou que, se o submersível Titan estiver no leito do mar, é provável que esteja “enroscado” em algo.
Isso significa que qualquer embarcação enviada para resgatá-lo precisaria ter a capacidade de “cortá-lo”, acrescentou. Acredita-se que o submersível não possa ser aberto por dentro.
Um cenário mais otimista seria encontrar o submarino Titan intacto e na superfície, afirmou Parry. “Se eles conseguiram usar o ar comprimido para se impulsionar até a superfície, é uma questão de alguém conseguir encontrá-los onde quer que estejam”, disse. “Mas, se esse fosse o caso, eles já deveriam tê-los encontrado”, disse.