Existem pessoas tão resilientes que oferecem o que tem para os outros, mesmo estando em sua situação bastante crítica.
No início de junho, as fortes chuvas castigaram a província de Esmeralda, na região norte do Equador, causando inundações. Mas, uma mulher que teve a casa alagada ainda juntou forças para ser grata.
Manuela Bedón, repórter da Equador TV, foi até o local para fazer uma reportagem sobre as famílias que estavam com a casa alagada e precisariam reconstruir a vida depois da inundação.
O que a repórter não esperava era que uma das entrevistadas seria tão grata e gentil pelo seu trabalho, oferecendo a ela um cacho de bananas, apesar de toda a situação que estava passando.
Impactada pela atitude da mulher, Manuela desatou a chorar: “Dói-me o coração ver o que acontece todos os anos e sempre que chove. Ano após ano, as famílias devem reconstruir tudo do zero.”
Geralmente, esperamos ver os repórteres fazendo seu trabalho com seriedade no rosto, ainda mais se tratando de um desastre como esse. Mas, ao mesmo tempo, basta ser humano para se sensibilizar com a dor alheia.
Mais do que a empatia pelas perdas da mulher, Manuela ficou impressionada com sua resiliência e humildade, ao receber as frutas das mãos de uma pessoa que sequer teria uma cama para dormir naquela noite.
A mulher, que se chama Marlene Jama, estava ouvindo a repórter entrar ao vivo com seus colegas que estavam acompanhando tudo no estúdio de televisão.
Quando Manuela disse que havia comido apenas uma espiga de milho, já que não havia locais para fazer uma refeição, Marlene apareceu na porta com um sorriso e algumas bananas.
“Olha a solidariedade dessa gente que é mesmo. Estamos aqui há pouco tempo. Aqui tudo é necessário. Muitas pessoas estão usando as mesmas roupas desde domingo. As crianças perderam os cadernos para estudar”, afirmou chorando a repórter.
De acordo com a mídia equatoriana, apesar de ter perdido tudo após as enchentes e estar bastante preocupada com o futuro, Marlene continuou com uma atitude positiva admirável, demonstrando toda a sua resiliência e despertando a admiração da equipe de televisão e dos telespectadores.
“Não tenho onde colocar minha casa. Eu tenho 8 filhos. Tirei o mais importante”, disse Marlene, explicando também que já teve de se mudar 10 vezes: “Emprestam-me lotes que não são meus e ao fim de um ano pedem-me para os desocupar”, comentou.
Se sentindo perdida, Marlene pediu por ajuda outra vez, sabendo que não se pode contra as forças da natureza, e apenas agradeceu que a tragédia tenha ocorrida durante o dia, e não à noite, pois teria sido muito pior.