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Demissões no SBT e em emissora de Boninho ressaltam momento crítico para a TV

Investimentos de grandes anunciantes na internet deve superar em breve as verbas destinadas às emissoras de sinal aberto

Quando chega novembro, quem trabalha em empresa de comunicação – especialmente jornal impresso e emissora de TV – já fica em alerta com a possibilidade de ocorrer um passaralho, jargão para as demissões em massa.

Neste período, as companhias fazem ajustes diante da constatação do lucro ou prejuízo no ano. Infelizmente, a maioria enfrenta momento financeiro delicado. Mesmo eventual crescimento de receitas pode não ser suficiente para garantir o equilíbrio das contas devido ao custo cada vez mais elevado das operações.

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Em fase de ajustes, o SBT promoveu o desligamento de dezenas de profissionais no último dia 14 (leia a nota oficial no final do post). O canal da família Abravanel busca se reinventar sem a presença de seu fundador, Silvio Santos, o maior vendedor que a televisão brasileira teve ao longo de quase 7 décadas.

Afiliada da Globo no Vale do Paraíba, interior paulista, a Rede Vanguarda também demitiu nos últimos dias. Pelo menos 3 apresentadoras perderam o emprego. Tal decisão do canal pertencente ao diretor Boninho e seu pai, o Boni, mostra que a crise – ou o medo dela – afeta emissoras de todos os tamanhos, inclusive as de transmissão regional.

Por décadas, a televisão reinou absoluta como destino da maior parte das verbas publicitárias dos maiores anunciantes do País. Isso mudou. Segundo o monitoramento do Cenp-Meios, o investimento na TV aberta e na internet foi quase o mesmo de janeiro a junho deste ano.

As emissoras receberam R$ 4,193 bilhões enquanto os meios digitais ficaram com R$ 4,051 bilhões. A expectativa é de que em breve, talvez já em 2025, a internet supere a TV como plataforma preferida para anúncios de cerca de 300 agências de publicidade consultadas no levantamento.

Com audiência instável, os canais de sinal aberto terão de reagir a essa perda para garantir a sobrevivência do negócio. O caminho inevitável é ampliar a interação com as redes sociais. Uma programação que não consegue forte repercussão na internet está condenada ao fracasso no Ibope e a perder anunciantes.

A presidente do SBT, Daniela Beyruti, e o sócio-proprietário da Rede Vanguarda, Boninho: a TV aberta perde cada vez mas anunciantes para a internet Foto: Fotomontagem: Sala de TV

Comunicado do SBT

O SBT informa que está passando por uma revisão de seu modelo operacional com foco no desenvolvimento sustentável da emissora.

O objetivo é ter processos mais ágeis e competitivos, enaltecendo o ecossistema de toda a empresa e os conectando às diretrizes e oportunidades de negócios lideradas pelo Grupo Silvio Santos.

Neste sentido e diante de um cenário desafiador para todas empresas de mídia globalmente, diferentes medidas estão sendo tomadas.

O SBT expressa sua profunda gratidão aos colaboradores que ajudaram a construir a história da emissora.