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Como o Drex pode mudar compras, empréstimos outros negócios? Veja na prática

Entenda como a moeda digital oficial brasileira pode modernizar processos de compra e venda, transferências e outros.

O Banco Central anunciou o início dos testes com o Drex, a moeda digital oficial brasileira, apresentado ao mercado como um “um passo a mais na família do Pix”. O real digital está em fase de testes e deve promover a popularização de serviços custosos, além de avanços em operações mais completas.

O Drex é a representação da moeda oficial do Brasil, o real, e não uma criptomoeda. Segundo especialistas, ele pode modernizar uma série de operações, como transações de compra e venda, pagamentos, empréstimos e investimentos.

“A gente vai continuar comprando pão na chapa e o café na padaria com Pix, porque essas transações são pequenas e simples, o que interessa é a velocidade delas. O real digital, com programabilidade mais complexa, não é necessariamente imediato. Sempre vamos esperar algumas condicionais acontecerem”, explica Rodrigoh Henriques, diretor de inovação da Fenasbac (Federação Nacional de Associações dos Servidores do Banco Central).

Como o Drex pode modernizar transações?

A seguir, confira alguns exemplos de como a moeda digital pode tornar mais simples e seguras algumas operações.

Empréstimos

Atualmente, o cálculo das taxas de juros dos financiamentos é feito pela instituição financeira com base no risco do investimento, considerando fatores como o faturamento da empresa contratante. Com a nova moeda digital, os bancos poderão prever a banda de flutuação nos juros dependendo do nível de receitas.

Por exemplo: se uma companhia utiliza o dinheiro para ampliar seu negócio, elevando o faturamento do negócio, seu perfil de risco fica automaticamente menor, assim como os juros.

Compra e venda

Com o real digital, será possível a criação de contratos inteligentes, documentos programados para serem executados automaticamente sob determinadas condições. Na hora de comprar ou vender um imóvel, por exemplo, a escritura e o registro do bem serão transferidos ao comprador assim que o pagamento for realizado, e somente se isso ocorrer.

Também é possível acrescentar uma cláusula no contrato estabelecendo uma pessoa responsável por confirmar que a chave foi entregue. Vale mencionar que o cartório continuará sendo intermediário no processo de transferência.

Transferências e remessas internacionais

Em transferências de recursos entre pessoas físicas, o Drex permitirá a criação de restrições ou condicionalidades. Por exemplo: quem envia a grande poderá determinar que ela seja usada exclusivamente para um fim específico, com bloqueio automático caso o recebedor tente utilizar os valores para outra finalidade.

No caso das remessas internacionais para países com moedas digitais em circulação, o Drex deixará o custo total da operação mais barato e reduzirá a quantidade de instituições financeiras envolvidas no processo. Isso porque hoje o dólar funciona como moeda intermediária em transferências internacionais para outras moedas.

Assinatura de serviços

Outra possibilidade futura prevista é assinar serviços de streaming ou contratar pagando com Drex. A ideia é permitir o agendamento de pagamentos recorrentes, além de criar oportunidades muito além de tudo que já é conhecido, como atrelar o contrato a certas condições.

Assim, se você está programando uma viagem para a praia, pode combinar com o hotel de receber 50% do valor de volta caso chova na data. Para isso, bastaria criar cláusulas no contrato atrelando o pagamento à previsão do tempo.

Em resumo, as possibilidades de uso do Drex são imensas e dependem apenas da disposição dos agentes e da viabilidade econômica.